Candice Soldatelli
Sempre que vou a São Paulo e pego um táxi tão logo desço em Congonhas, acontece a mesma coisa: basta eu entrar no veículo, dar o endereço ao motorista, e ele já pergunta: “É gaúcha, não é?”. O sotaque nunca nega. Na verdade, parece que quando eu saio aqui da Serra gaúcha, meu sotaque fica ainda mais carregado. Linguistas, antropólogos e psicólogos podem atestar com ciência o que eu percebo por experiência individual: minhas marcas identitárias (a forma como eu falo, por exemplo), minha cultura e minhas raízes se acentuam quando viajo para fora – e o “fora” não necessariamente significa ir para outro país.
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