A jornalista Juliana Bevilaqua colabora com a colunista Babiana Mugnol, titular deste espaço
O objetivo era que o presidente da República conhecesse o protótipo do ônibus elétrico para conferir a capacidade industrial da Marcopolo, mas Jair Bolsonaro fez questão também de dirigir o modelo Attivi Padron produzido pela empresa. Segundo James Bellini, CEO da empresa, ele embarcou no Palácio da Alvorada e conduziu o veículo até o Palácio do Planalto — cerca de seis quilômetros.
— Ele convidou os ministros e fomos no ônibus — conta.
O encontro com os representantes da fabricante caxiense foi nesta segunda-feira (29). A agenda foi possível graças a um pedido da direção da Suzantur, que opera transportes no ABC Paulista e na cidade de São Carlos. A empresa testa o modelo elétrico da Marcopolo desde de outubro, mas sem passageiros, em Santo André.
Conforme James, a Suzantur tem conversado com o governo federal sobre a inclusão do vale-transporte social no Auxílio Brasil e sugeriu que o presidente conhecesse o veículo elétrico. A visita não estava na agenda oficial:
— Os comentários foram ótimos. Ele (Bolsonaro) falou do plano de incentivar a indústria nacional. Disse que o ônibus era macio, não fazia barulho.
O presidente e o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmaram também que a adoção de ônibus elétricos tem o potencial de baratear o preço do transporte coletivo. Além disso, segundo James, o governo informou que estuda linhas de crédito de energia limpa pelo BNDES.
A Marcopolo já tem, inclusive, reuniões agendadas com o banco para tratar dessas possibilidades de financiamento. A fabricante teme que haja uma onda de importação de veículos elétricos da China, por isso a importância de mostrar o produto nacional.
O modelo
O Attivi tem 13,25 metros de comprimento, capacidade total para 89 passageiros (sentados e em pé), autonomia de cerca de 250 quilômetros e pode ser recarregado em até quatro horas. A previsão de comercialização pela Marcopolo é para 2023.