Os resultados do terceiro trimestre da Marcopolo mostram o impacto sofrido pelas férias coletivas, motivadas pela falta de componentes eletrônicos, entre os meses de agosto e setembro. Os mais de 20 dias de paralisação na produção das unidades de Caxias do Sul e de São Mateus impactaram no volume de produção e vendas. A produção total da fabricante de ônibus atingiu 2.210 unidades, 35,4% menor que o terceiro trimestre do ano passado. Se for considerar só o mercado interno, a produção recuou 50%. A receita líquida somou R$ 757,6 milhões, redução de 9,4% ante o mesmo período.
As operações internacionais da Marcopolo foram o destaque no terceiro trimestre deste ano. A companhia teve crescimento de vendas em praticamente todas as operações no exterior, com destaque para Argentina e África do Sul. No total, as receitas no mercado externo alcançaram R$ 284,7 milhões, um aumento de 73,6%. Já a produção para esse mercado somou 696 unidades, quase o dobro do volume produzido no terceiro trimestre do ano passado.
Na teleconferência para detalhar o balanço, o CEO da companhia, James Bellini, destacou como o último trimestre foi desafiador e apontou boas perspectivas para os próximos meses.
_ No terceiro trimestre, as entregas no Brasil se concentraram em rodoviários de fretamento, micros e Volare. Porém, já percebemos um aumento nos pedidos de rodoviários pesados. O G8 contribui para esse movimento. Para urbanos, a retomada é mais lenta pela falta de auxílio de operadores (subsídios do governo) e demanda reduzida. O represamento deve refletir em vendas mais adiante _ prevê Bellini.
Para esse último trimestre e o próximo, há previsão de entregas para a nova licitação do programa Caminho da Escola. O CEO da Marcopolo acrescentou que a fabricação desses veículos já se iniciou.
_ A expectativa é bastante positiva, considerando o alto volume de adesões das cidades _ destacou.
A fabricante de ônibus chegou a projetar 800 unidades para este final de ano, e, na teleconferência, Bellini respondeu que o ritmo de entregas será intenso, mas deve ficar um pouco abaixo do projetado inicialmente, transferindo uma parte do esperado para o início do ano que vem.
Além do programa do governo federal, os pedidos em geral no mercado interno estão com demanda até o final de janeiro. Com isso, Bellini também apontou que a companhia voltou a contratar no quarto trimestre nas suas linhas de produção e que não pretende realizar novas reduções do quadro, como desde o início da pandemia. Quando questionados sobre o números de contratações, não detalharam. Questionados sobre a falta de componentes eletrônicos, a empresa disse que o problema segue afetando o setor automotivo, mas a situação está controlada.
Consórcio
Nesta semana também, a Marcopolo anunciou o lançamento de uma parceria com a Rodobens. Trata-se de um consórcio nacional para aquisição de ônibus da marca. A iniciativa tem como objetivo facilitar o planejamento da renovação de frota e a aquisição de veículos novos.
Segundo Ricardo Portolan, diretor de Operações Comerciais do Mercado Interno e de Marketing da Marcopolo, a iniciativa oferece parcelas de valores acessíveis e planos de 120 meses. Com créditos a partir de R$ 207 mil, o Consórcio Marcopolo terá contemplações por sorteio, por lance livre e embutido.
Ele não tem taxa de inscrição e nem fundo de reserva, traz grupos especiais, diferentes opções de prazos de pagamento, maior número de contemplações por mês, e serviço online ao cliente. O Consórcio Marcopolo é administrado pela Rodobens, com mais de 70 anos de atuação no setor.