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Profissionais da Marcopolo estão sendo comunicados que a companhia concederá férias coletivas neste mês de agosto. A medida vale para as operações em Caxias do Sul e de São Mateus a partir de 23 de agosto. As unidades de Ana Rech, em Caxias, e de São Mateus, no Espírito Santo, terão 30 dias de interrupção. Já a San Marino, também em Ana Rech, terá 20 dias de férias. Esta unidade produz os veículos Volare, um dos segmentos com melhores desempenho da companhia.
A justificativa informada aos colaboradores é o impacto da falta de insumos na programação de produção. Nas áreas indiretas será mantido um plantão. A área comercial permanecerá trabalhando integralmente.
No balanço divulgado nesta semana pela fabricante de ônibus, a companhia antecipou um cenário ainda desafiador neste terceiro trimestre, em um ambiente de vendas ainda afetado pela covid-19. As ações chegaram a cair mais de 6% depois que os números foram divulgados, mesmo com balanço positivo.
Soma-se ao cenário da falta de insumos, um terceiro trimestre sem volumes direcionados ao Caminho da Escola, programa do governo que ajudou a elevar a produção durante toda a pandemia. A nova licitação ainda precisa ser homologada. A Marcopolo projeta que ajustes de estrutura sejam concluídos neste trimestre e que a inflexão de volumes e resultados operacionais ocorra a partir do início do último trimestre do ano.
Com relação à adequação de estrutura aos baixos volumes, o balanço da companhia também apontou que, no último trimestre, a Marcopolo realizou mais desligamentos buscando adequar seu quadro de pessoal a volumes menores do que os previstos no segundo e terceiro trimestres do ano. Ressaltou que as demissões ocorreram em menor número do que as rescisões já realizadas nos primeiros três meses do ano. Em 2020, além das demissões efetuadas pela empresa a partir da pandemia, o Plano de Desvinculação Voluntária da Marcopolo teve outros 699 desligamentos.
O crescimento das despesas gerais e administrativas no último balanço foi explicado, não só por custos com indenizações associadas à ajustes de quadro, mas também pela base de comparação do mesmo período do ano passado em que já tinham sido concedias férias coletivas e suspensão dos contratos de trabalho de aproximadamente metade da mão de obra administrativa de 2020. Na ocasião, no início da pandemia, foram 20 dias de férias para quase 10 mil trabalhadores.