A prefeitura de Bom Jesus não teve tempo para tentar reverter a decisão da Mellita, fabricante do Café Bom Jesus, sobre o fechamento da fábrica no município dos Campos de Cima da Serra. A multinacional vai transferir a produção para a unidade de Varginha, em Minas Gerais. Isso, porque a gestão do município foi pega de surpresa com o anúncio. A prefeita, Lucila Maggi, e o vice-prefeito, Diogo Kramer, ficaram sabendo que a maior empresa da cidade encerraria suas atividades no mesmo dia em que a fabricante de café comunicou ao mercado que faria este movimento.
Na última quinta-feira (21), a Melitta solicitou uma audiência às pressas com a prefeitura, logo depois de comunicar aos funcionários o desligamento.
— Tomamos um susto, assim como todos os funcionários — conta a prefeita.
Passado o choque inicial, no dia seguinte, ela conversou novamente com diretores para entender melhor a situação e discutir algumas possibilidades, como o aproveitamento do prédio da empresa histórica, já que a Café Bom Jesus foi comprada pela Melitta. Segundo Lucila, os diretores disseram que desde 2018 está sendo estruturada a transferência, ou seja, desde quando foi inaugurada a unidade em Varginha. Porém, apenas a direção da empresa sabia da movimentação.
— Como a decisão é irreversível, a gente pediu para Melitta para participar desta questão envolvendo a destinação do prédio. Eles pretendem vender. Estamos fazendo contato para outras empresas. E até o município pode comprar o prédio para depois oferecer para nova empresa que for se instalar — destaca Lucila.
Além do impacto com a saída da fabricante de café na arrecadação de impostos do município, os 79 empregos diretos e 31 indiretos perdidos são uma das principais preocupações. A economia da cidade é baseada em empresas do ramo agropecuário, como da maçã e batata, com maioria de vagas temporárias.
A previsão da Mellita é promover os desligamentos até dezembro e a retirada das máquinas até maio.