O Sindicato das Indústrias do Vestuário e do Calçado do Nordeste Gaúcho (Sindivest) e o Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e Malharias da Região Nordeste do RS (Fitemasul) iniciaram um movimento precursor na cadeia têxtil regional de unificação das entidades. O primeiro passo foi dado no final do mês passado, com as diretorias aprovando a unificação das sedes administrativas. Ambas ocupam salas no complexo da CIC de Caxias e a previsão é de que, em março, as atividades sejam concentradas no espaço onde hoje funciona o Fitemasul.
O próximo movimento é aprovar a fusão propriamente dita das entidades, com um estatuto único. Uma assembleia para tratar do tema foi marcada para o dia 2 de março. Atualmente, o Sindivest atende um universo de cerca de 800 empresas e o Fitemasul conta com cerca de 300 associados.
_ Com a união, vamos pegar desde a tecelagem, lá no início com o fio, até a venda atacadista para o lojista. Vai ser abrangida toda a cadeia produtiva. É desafiador _ destaca Débora Sikelero, presidente do Sindivest.
Fundados na primeira década de 1950, os sindicatos reunidos em uma só estrutura devem representar um novo marco para o setor, de acordo com o presidente do Fitemasul, Elias Biondo.
_ A gente não quer perder a história dos sindicatos, mas estamos propondo a fusão porque acreditamos na força a partir da união, para trazer mais representatividade, além do enxugamento de custos _ ressalta Biondo.
Ambos os presidentes destacam que os sindicatos, em geral, perderam muito com o fim da obrigatoriedade da contribuição. Com a unificação, a estimativa de redução de custos é de, no mínimo, 40%, conforme o presidente da Fitemasul.
Novo nome
Caso a fusão das entidades seja aprovada na assembleia, a intenção é criar um novo nome para marcar a unificação. Embora as presidências das entidades não adiantem qual será a denominação proposta, Débora Sikelero dá uma pista.
_ Estamos avaliando tirar a sigla sindi, porque a palavra sindicato assusta _ comenta a presidente do Sindivest.
O comando das entidades deve ser dividido entre os atuais presidentes. Ainda não foi decido quem vai ser presidente e quem vai ser o vice, mas deverá ser um acordo entre Biondo e Debora. A intenção é de que, nos próximos anos, seja feito um rodízio de representantes por setor têxtil.
Processo demorado
A assembleia para votar a fusão dos sindicatos é só o começo dos trabalhos. De acordo com a presidente do Sindivest, a conclusão jurídica da unificação pode demorar. Mas, até ser 100% efetivada, a expectativa é de trabalhar para alinhar ações em conjunto. Um exemplo são os núcleos de pesquisa de moda que poderão ser reunidos em uma só estrutura.
Fusão de entidades é tendência
Um dos movimentos pioneiros de unificação na região ocorre em Bento Gonçalves. Em setembro do ano passado, a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) e o Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), ambos com sede em Bento, unificaram suas administrações. Na semana passada, também comunicaram que vão realizar suas feiras, a Fimma e a Movelsul, de forma conjunta, de 14 a 17 de março de 2022. De acordo com o presidente da CIC de Caxias, Ivanir Gasparin, por enquanto, este é o único movimento de fusão de sindicatos que ocorre na cidade.