Embora ocupe o nono lugar entre as maiores economias mundiais – perdeu duas posições –, o Brasil beberica apenas a 17ª colocação no ranking mundial de consumo de vinho. No total, são degustados 338 milhões de litros de vinho por ano no mercado verde-amarelo, dos quais 65% são rótulos nacionais e 35% importados.
Essa proporção já foi mais discrepante, com mais marcas estrangeiras nas nossas prateleiras (e cálices). Porém, a alta do dólar encareceu e inibiu o consumo de produtos de fora, ao mesmo tempo em que a qualidade crescente e o prestígio dos aromas brasileiros pesam a favor da nossa indústria vitivinícola. O trabalho de divulgação também tem sido exemplar. Tanto que o setor acaba de lançar a Pró-Vinho, iniciativa para desenvolver estratégias capazes de atrair novos consumidores e aumentar a frequência com que apreciadores esporádicos degustam a bebida.
Dois canais de venda serão decisivos nesse processo: os supermercados do país, nos quais 27 milhões de pessoas circulam diariamente, e os restaurantes. Nesse último caso, o que ainda prejudica a competição com outras bebidas, como a cerveja, é o custo-benefício ao consumidor.
Há opções de vinho com custos razoáveis em algumas casas, mas em outras o preço afasta o cliente. O produtor de vinho ganha menos do que o revendedor, que apenas o repassa, e o serve. Não é justo. O lucro poderia, sim, ser menor para garantir mais mesas consumindo a bebida-estrela da Serra Gaúcha.
Estoques existem. É preciso apenas mais sincronia e pensamento coletivo.
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