Além das questões básicas do dia a dia, de tocar as questões básicas de uma gestão, o futuro prefeito de Caxias do Sul terá a tarefa de pensar ações de cunho mais amplo, estratégico, para a cidade. Essa é a visão dos presidentes da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e do Grupo Mobilização por Caxias (MobiCaxias), ouvidos pela Gaúcha Serra no decorrer do último domingo (6) durante nossa transmissão voltada à eleição.
E esse pensamento da autoridade precisa estar voltado, especialmente, para a busca de alternativas econômicas e melhoria de processos para execução de grandes projetos. A presença de um representante em Brasília, por exemplo, é um ponto de convergência entre as duas entidades, pois facilitaria a busca de verbas para obras de maior vulto.
O presidente da CIC, Celestino Loro, acredita que as ideias apresentadas até agora têm sido positivas, mas pede uma ação mais efetiva para tirar as boas propostas do papel. Isso, no entender dele, começa com o aprimoramento da elaboração dos projetos, que precisam estar disponíveis com quantidade e qualidade, e depois passa pela captação mais assertiva dos recursos, especialmente junto ao governo federal. Para isso, ele defende que, “para ontem”, o município tenha uma representação oficial em Brasília.
— Caxias, um município desse tamanho, precisa ter um interlocutor em Brasília. Não é possível que nós não tenhamos lá alguém. Isso é passar o chapéu? Sim, mas o sistema é esse, e eu preciso lidar com essa situação. O dinheiro está lá em Brasília, e nós temos que ir lá buscar. E com projeto — ressalta Loro.
A visão do presidente do MobiCaxias, Rodrigo Postiglione, é semelhante. Ele acredita que o futuro prefeito precisará se movimentar e viajar mais em busca de apoio a projetos, mas aponta que a existência de um escritório no Distrito Federal como básica e fundamental. E a instalação desse órgão, no entender dele, precisa quebrar paradigmas e preconceitos, inclusive com a opinião pública.
— O prefeito não precisa ter medo da opinião pública, e dizer que que vai deixar um cara lá e que vai custar um pouco. Temos é que avaliar qual é o retorno, pois o que a população quer é retorno — afirma Postiglione.
Os dois líderes também são enfáticos ao defender um planejamento mais detalhado da cidade e para as ações do poder público. Loro aponta esta questão como o principal desafio do próximo prefeito, e revela que até agora não notou dos candidatos um aprofundamento das propostas nessa área.
— Eu indaguei pessoalmente a todos os candidatos: onde será a próxima elevada de Caxias do Sul? Onde será a próxima perimetral? Qual é o eixo de desenvolvimento, no que diz respeito ao mundo empresarial? Se eu pudesse eleger, esse planejamento seria a prioridade, para a gente desenvolver a cidade para os próximos 30, 40 e 50 anos — alerta o presidente da CIC.
Postiglione também ressalta a necessidade de um planejamento mais efetivo para a cidade, e aponta o documento Agenda 2024, entregue pelo MobiCaxias aos candidatos, como ponto de partida. Além disso, também defende uma qualificação maior das pessoas que vão tocar a futura administração, inclusive do secretariado, que deveria receber mais investimento e ser formado por pessoas com maior capacidade de articulação.
— Eu faço uma comparação com os diretores das nossas grandes empresas. Eles falam quatro línguas, estão nos quatro cantos do mundo, têm um relacionamento pleno e trazem negócios aqui para a nossa cidade. A gente não pode pensar pequeno. Temos que trazer coisas grandes, pois quando a gente tem desenvolvimento, isso ecoa na população — acredita o dirigente do MobiCaxias.
Na próxima semana a comunidade terá várias oportunidades para ouvir as propostas dos candidatos. Na segunda-feira, Adiló Didomenico estará no Jornal do Almoço da RBS TV, e no dia seguinte será a vez de Maurício Scalco. E também na terça, às 8h10, os dois participam do primeiro debate do segundo turno, na Gaúcha Serra, com transmissão pelo rádio, em 102.7 FM, e por vídeo no YouTube de GZH.