Um encontro entre responsáveis pela saúde em Caxias do Sul discutiu na manhã desta terça-feira (17) a falta de médico oncologista pediátrico no Hospital Geral (HG). A instituição é referência para atendimento aos municípios da Serra Gaúcha nesta área, e a situação tem causado dificuldades. Para manter os tratamentos, crianças têm sido transferidas para outras cidades, especialmente para a Capital.
A dificuldade começou há cerca de duas semanas, quando a médica que fazia estes atendimentos deixou o HG. Ela saiu por questões pessoais, e desde então começou a busca por um substituto. Este tipo de profissional, no entanto, é raro no mercado, e segundo informações de pessoas que acompanham o caso, as primeiras tentativas de contratação não foram animadoras. Os altos valores pedidos estariam impedindo a evolução das tratativas.
O diretor-geral do HG, Sandro Junqueira, confirmou à coluna que a situação está ocorrendo. Segundo ele, as crianças não estão ficando sem assistência, pois um profissional de hematologia está atendendo parte da demanda, mas um grupo de pacientes está tendo que viajar a Porto Alegre. Ele afirma que busca por uma solução o mais rápido possível. No entanto, não estabelece um prazo para que o atendimento seja normalizado:
— Já estamos em fase de contratação, e temos dois ou três currículos em análise. É o tipo de situação que acontece e estamos trabalhando para resolver.
A 5ª Coordenadoria Regional da Saúde (5ª CRS), que participou da reunião de terça, foi procurada para comentar. Tatiane Misturini Fiorio, que volta ao comando do órgão na próxima sexta-feira (20), confirmou que o assunto está em debate, mas como ainda não reassumiu oficialmente, disse que não tinha mais detalhes.
Já a coordenadora-adjunta, Solange Sonda, afirmou que não tinha informações sobre o caso. Ela pediu que o tema fosse repassado à assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Saúde (SES), que por sua vez informou que a contratação de recursos humanos é de responsabilidade do respectivo hospital, e que a SES não tem ingerência sobre isso. O HG pertence ao Governo do Estado, mas é administrado, via convênio, pela FUCS (Fundação Universidade de Caxias do Sul).
A Secretaria Municipal da Saúde informou que, no momento, o município não tem lista de espera na especialidade. Os casos em acompanhamento seguem sendo atendidos no HG. Para casos novos que possam surgir, o município afirma que trabalha em um plano de contingência em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde.
"A Secretaria Municipal da Saúde segue acompanhando a situação e, assim que houver a contratação, o atendimento no HG será normalizado. Essa é uma situação temporária", completa a manifestação da SMS.