Todos os dia me pergunto assim como todos os dias guardam um amanhecer. Um silêncio. Um dizer. E é no encontro com o paciente, este suposto Outro, em meio ao solitário consultório onde há só um e dois, que as questões de ordem clínica e teórica se cruzam. No externo, uma história se apresenta. No interno, fios se desenrolam de um novelo antigo e emaranhado. Mais que isso. É na conversa que se movimenta entre o que se passa dentro e o que se percebe fora que a arte do indizível se manifesta. É ali, neste ínterim de tempo-brecha que a palavra ganha nome. É na rasura da linguagem que se trabalha a capacidade de suportar as faltas.
No divã
Opinião
Seria a psicanálise um ofício do impossível?
É na rasura da linguagem que se trabalha a capacidade de suportar as faltas
Adriana Antunes
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