Seis meses depois do início das obras de revitalização da Avenida Presidente Vargas em Passo Fundo, no norte do RS, as mudanças na via chamam a atenção de quem passa pelo local. A principal delas é o estreitamento da rua para alargar os canteiros.
Com canteiros centrais mais largos, o tamanho das pistas será padronizado, conforme informou a prefeitura. Dessa forma, os canteiros serão alargados ou mantidos conforme a estrutura que se tinha na via, mantendo as faixas de estacionamento onde já existe e duas faixas de rolagem.
— O objetivo de ter os canteiros mais largos é para padronizar as faixas de rolamento do início ao fim da avenida. Temos certeza que os veículos conseguem trafegar com segurança em ambas as faixas, em um espaço que deve ficar muito semelhante ao que temos na Avenida Brasil — justificou o secretário de Obras, Rubens Astolfi.
Outro motivo, além da padronização, seria reduzir os acidentes no local, que podem ter sido provocados pelo tamanho da faixa e possibilidade e trafegabilidade. O projeto, segundo o secretário, foi feito com base em estudos que envolveram as secretarias de Obras, Planejamento e Trânsito.
Moradores questionam medida
Apesar do objetivo de padronização, moradores do local relatam transtornos para quem trabalha ou frequenta a região. Um exemplo é o eletricista Idênio Carola. Há oito anos trabalhando em uma mecânica às margens da avenida, ele reclama da insegurança para atender os clientes.
Por conta do estreitamento da pista, os veículos acabam passando mais perto da faixa de estacionamento, onde ficam os automóveis a serem reparados pela empresa.
— As pessoas acabam parando aqui na frente para fazer algum reparo rápido, mas ficou difícil de atender, eu me coloco em risco. Acabo tento que abrir a porta dos carros, para quem passa ter que desviar e assim não chegar tão perto de mim — relata.
Já o empresário Gelson Hoppe encontra dificuldades para trafegar pelos trechos que já foram estreitados na via. Ele reclama da redução de espaço.
— Não tem lógica fazer o que foi feito. Não somos contra obras que vão embelezar a cidade, podem investir para este lado da cidade e facilitar momentos de lazer, mas dessa forma ficou muito ruim.
O auxiliar de mecânica Marcos Vinicius dos Santos também diz que enfrenta dificuldades para acessar o trabalho que fica próximo à avenida.
— Em qualquer horário ficou ruim porque é apertado para passar entre os caminhões. E a gente ouve de todo mundo que ficou muito ruim do jeito que está.
O que prevê a obra
Com 5,2 quilômetros de extensão, a recuperação deve seguir pela Avenida Presidente Vargas até a Rua General Canabarro. Nesta primeira etapa, foram licitados os trechos entre o trevo Ricci e a Avenida Scarpellini Ghezzi. O prazo de conclusão é para agosto de 2024, com custo de aproximadamente R$ 17 milhões, com recurso da prefeitura.
Neste primeiro momento, passarão pela reforma os quadrantes entre os cruzamentos da Avenida Scarpellini Ghezzi e o trevo do Ricci, no entroncamento da RS-324. O projeto contemplará nova pavimentação, alargamento do canteiro central, reforço na drenagem, iluminação em LED, paisagismo, sinalização viária e pontos de ônibus em concreto.