Trabalhador, dedicado em tudo que fazia e apaixonado pela família: assim Edimara Brizola Pereira, 31 anos, descreve o marido, Douglas de Oliveira Pereira, 32, morto a tiros no último domingo (29) na Rua Santa Cruz, bairro Valinhos, em Passo Fundo, no norte do Estado.
Casado há 15 anos e pai de dois filhos, ele trabalhava com decoração de eventos e foi a vítima do 48° homicídio registrado em Passo Fundo em 2024, número mais alto para um ano desde 2013, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-RS).
De acordo com Edimara, ela e Douglas passavam o domingo em família com seus filhos: uma menina de 11 anos e um menino que completou 7 meses no dia do crime. Ela descreve o marido como uma pessoa extremamente correta e acredita que sua postura, voltada para o que era certo, pode ter sido um dos fatores que levou ao assassinato.
— No dia do ocorrido, estávamos em casa, mas moramos em um local perigoso. Meu marido não gostava que viessem fumar atrás do muro do nosso pátio, especialmente enquanto estávamos com a família — relatou.
Segundo ela, Douglas subiu no muro para pedir a dois homens que se retirassem do local e depois desceu para guardar o carro da família, momento em que encontrou a dupla em frente à sua casa. Ele teria informado que não queria mais confusão no bairro e pedido para que os dois se retirassem. Após uma breve discussão, Douglas disse à esposa que guardaria o carro, que estava estacionado em frente à residência. Foi enquanto manobrava o veículo que ele foi surpreendido por um dos homens disparando uma arma de fogo diversas vezes contra o automóvel.
— Foram dois homens que discutiram com ele aqui em frente de casa. Acredito que um deles seja aquele que aparece na filmagem atirando e o outro que está na calçada, já que é possível ver claramente que o autor dos disparos estava acompanhado de outra pessoa e ambos saem juntos — afirmou a esposa, que também comentou que, após o incidente, os dois homens não foram mais vistos no bairro.
O vídeo a que Edimara se refere circulou em redes sociais e está com a polícia, que deve usá-lo na investigação do caso.
"Querido por todos"
Conforme Edimara, o marido era um profissional apaixonado pela carreira e que sempre foi reconhecido por sua ética de trabalho. Quando o crime aconteceu, Douglas estava em período de recesso e aproveitando a companhia da família.
— Ele nunca teve inimizades, era querido por todos. Isso foi demonstrado pela grande quantidade de pessoas que compareceram ao seu velório para prestar uma última homenagem — disse a esposa da vítima.
O que diz a polícia
A delegada Daniela Mineto, da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que, por ora, as atualizações do caso não podem ser divulgadas, por estar sob sigilo a investigação. Porém, ela adiantou que a polícia identificou um suspeito de ser o executor.
Relembre o caso
De acordo com a Brigada Militar (BM), testemunhas relataram que o autor do crime estava parado próximo à esquina da Rua Não-Me-Toque com a Santa Cruz.
Quando Douglas acessou a Rua Santa Cruz, conduzindo um Volkswagen Bora de cor preta, o homem atirou diversas vezes, atingindo a vítima.
Após cometer o crime, o atirador fugiu. Segundo a polícia, Douglas de Oliveira Pereira não tinha antecedentes criminais.
Ele foi sepultado no Memorial Vera Cruz na última terça-feira (31).