A cidade de Erechim, no norte do RS, teve 18 homicídios até o fim de setembro — seis a mais que o registrado em todo o ano de 2022, que terminou com 12 casos.
O último foi na quinta (28), quando um homem foi morto a tiros na rampa de acesso ao Hospital Santa Terezinha, no centro da cidade. Kauê Luís Palhano dos Santos, 20 anos, aguardava a companheira, que recebia atendimento no hospital, quando foi alvejado com pelo menos 10 tiros.
Este foi o segundo ataque com arma de fogo que terminou em morte só neste mês. Em 7 de setembro, outro homem foi baleado na Avenida Maurício Cardoso, também no centro da cidade.
Apesar de superar o número do ano passado, o índice de 2023 segue uma tendência comum na cidade, que tende a fechar os últimos anos com, em média, 20 homicídios, segundo o delegado regional da Polícia Civil, Gustavo Ceccon.
— No ano passado fechamos com 12, o que não é uma média baixa, claro. Gostaríamos de ter um número menor e trabalhamos para isso — afirmou.
Quais as principais motivações
O principal motivo para os homicídios na cidade, segundo ele, são as disputas entre facções rivais ligadas ao tráfico de drogas. Erechim lida com membros de grupos que atuam na região metropolitana e no Vale dos Sinos. Os demais casos incluem desentendimentos de trânsito e feminicídios, mas em menor número.
— A maioria dos casos tem relação com disputas por poder e territórios que envolvem grupos criminosos organizados movidos pelo tráfico. Isso não é só em Erechim, mas em todo o estado. Apesar de ser mais comum homicídios envolvendo apenas criminosos, o caso de quinta-feira foi uma execução que aconteceu em frente ao hospital e poderia atingir uma pessoa inocente, fora da disputa. Por isso, trabalhamos para elucidar o mais rápido possível e prender os responsáveis.
Dos 18 homicídios de 2023, três não foram elucidados até agora, o que inclui o caso do Hospital Santa Terezinha, de quinta-feira.