Há 14 dias uma família do norte do Estado, busca respostas para um crime brutal, que tirou a vida de uma mãe de família, de 54 anos. Geneci Rodrigues Ferreira morreu depois que a casa onde morava, na cidade de Planalto, foi alvo de um ataque a tiros. O suspeito de cometer o crime foi preso na terça-feira (25). O autor dos disparos é irmão da ex-nora da vítima, um homem de 25 anos.
Segundo a família, o alvo dos disparos era um dos filhos da vítima, um jovem de 22 anos, que tinha um relacionamento com uma jovem da região. De acordo com a família, um relacionamento conturbado, marcado por idas e vindas. O casal tem uma filha de três anos.
— Minha mãe nunca se meteu no relacionamento do meu irmão. Ficava no cantinho dela, olhando de fora, mas alertava que não dava pra viver assim, que era melhor cada um seguir sua vida, mas sempre respeitando as decisões dele e cuidando da neta— desabafa a filha da vítima e irmã do jovem, Elaine Ferreira.
Elaine, 35 anos, conta que na terça-feira (11), o irmão e a ex-companheira discutiram. O desentendimento aconteceu na casa de Geneci, no bairro Pro Morar, onde o jovem morava com a mãe e outro irmão.
Ainda segundo Elaine, a ex-cunhada foi embora com um tio e jurou o ex-companheiro e Geneci de morte. Com medo o jovem comunicou o fato à mãe e saiu de casa.
Durante a madrugada de quarta-feira (12), a residência de Geneci foi alvejada por disparos de arma de fogo:
— Os disparos atingiram a vítima que estava dentro da residência. O crime foi motivado pela briga anterior entre o familiar da vítima e o autor. O suspeito agiu sozinho — detalha o delegado responsável pela investigação, Ercilio Raulileu.
A dona de casa estava sozinha na residência. Ela foi encontrada morta pelos dois filhos que moravam com ela. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito se apresentou à delegacia acompanhado pela defesa.
—Ele ficou sabendo da existência do mandado de prisão e foi orientado a se entregar. Ele deverá, em princípio, ser indiciado por homicídio doloso — completa o delegado.
Desde o início da investigação, até a prisão do suspeito se passaram 13 dias de dor e revolta por parte dos cinco filhos de Geneci e as dezenas de amigos que ela deixou:
— Nós só queremos justiça. A dor é muito grande. Minha mãe foi vítima de um crime covarde, sem culpa e sem direito de defesa. O culpado não pode ficar impune. Os tiros não foram para dar um susto, foram com a intenção de matar. Eles tiraram a vida de uma mulher maravilhosa, que sempre colocava os outros a sua frente. Ela não merecia isso — conta Elaine Ferreira.
A filha acrescenta que a mãe era o alicerce da família, que abdicou de cuidar da sua vida para se dedicar aos filhos.
— Mesmo eu morando em Flores da Cunha, na Serra, todos os dias fazíamos chamadas de vídeo e tomávamos chimarrão juntas, conversando e matando a saudade. Eles me tiraram isso. Eu estava de viagem marcada para Planalto no feriado (Tiradentes), mas não deu tempo — desabafa a Elaine.
O que diz a defesa do suspeito
A advogada de defesa do suspeito, Rafaela Cacenote, relata que recebeu com surpresa a decisão pela prisão de seu cliente, e que ele é inocente:
— Meu cliente vem colaborando com a Justiça e não representa risco à ordem pública ou ao processo. A investigação ainda não foi concluída, mas as provas até o momento produzidas não permitem concluir que ele seja o autor do fato criminoso. A prisão foi decretada com base em informações falsas e suposições de familiares da vítima, que agem para prejudicar o investigado — pontua.
GZH Passo Fundo
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