O júri dos dois acusados pela morte de Ademir Lara Dias Júnior, ocorrida em setembro de 2012, será realizado no Fórum de Passo Fundo nesta quinta-feira (2). Serão julgados os réus Robson Pinheiro de Mello, 33 anos, e Adriano Soares, 31, que atualmente estão em liberdade.
Ademir foi assassinado aos 22 anos, na madrugada de 15 de setembro de 2012, enquanto estacionava o carro na Rua Independência, próximo da esquina com a Rua Capitão Eleutério, no centro de Passo Fundo. Dois homens em uma motocicleta se aproximaram do veículo e atiraram. Dois disparos atingiram a vítima, que morreu na hora. O crime foi registrado por câmera de vigilância.
Segundo a acusação, Robson pilotava a motocicleta, enquanto Adriano é apontado como responsável por disparar contra a vítima. O Ministério Público (MP) aponta que a motivação para a execução seria ciúme. Ademir estaria começando um relacionamento com a ex-namorada de um dos réus.
Adriano foi preso em novembro de 2012, mas depois recebeu direito de responder em liberdade. Robson foi detido preventivamente em abril de 2014 e permaneceu na cadeia por oito meses, quando foi liberado.
No julgamento, o MP será representado pelo promotor Fernando Andrade Alves. A mãe de Ademir, Rosângela Dias, será uma das testemunhas ouvidas.
Segundo o promotor, o júri atrasou por uma série de motivos, entre eles a pandemia de covid-19 e o fato de os réus responderem em liberdade.
— A gente espera concluir essa página na história dessa família. É uma verdadeira tragédia que mudou para sempre a vida deles. Só lamentamos ter demorado tanto por intercorrências do processos — declara o promotor.
Contraponto
O que diz a defesa de Robson Pinheiro de Mello
O advogado criminalista Fabrício Lorandi Pinheiro assumiu o caso em 2019.
— Quando chegamos ao plenário, nós já chegamos com o sentimento de perda e de muita dor. Sempre temos a dor de familiares que perdemos o ente querido. Por outro lado, a dor da família do réu, que nunca imaginou passar por isso na vida. E também o sentimento do réu, que está com uma espada cravada nas costas há 11 anos, sem saber o dia de amanhã e qual será a decisão — declara Mello.
O que diz a defesa de Adriano Soares
Os advogados Jabs Paim Bandeira e Andreia Tavares representam Adriano. Segundo eles, a expectativa é que se faça "justiça racional e humana".
— Temos de buscar alguma situação que haja racionalidade na pena do Adriano, porque ele tem uma participação menor na motivação do crime. Ele vai ter de pagar algo. Nós vamos sustentar dentro do júri, esperando que se faça justiça racional e humana dentro do quadro estabelecido — pontua Bandeira.