Balões e cartazes branco e rosa tomaram a praça em frente ao Hospital de Clínicas de Passo Fundo, a partir das 15h deste domingo (9), como forma de homenagear Jaqueline Quadros da Silva Ferreira. Ela morreu no dia 27 de junho, quatro dias após dar à luz a filha, Maria Flor Ferreira Quadros. A manifestação reuniu cerca de 150 pessoas, entre familiares e amigos da vítima.
— Eu me sinto um pouco acalentada pelo carinho dessas pessoas. Mas nada vai tirar a minha dor. A minha filha entrou saudável para dar à luz e me devolveram ela em um caixão — afirma a mãe de Jaqueline, Dulce Rheinheimer Pinto.
Durante dez minutos, o grupo bloqueou a rua Tiradentes, em frente ao hospital. Juntos, eles rezaram e pediram por justiça.
— Não podemos tratar essa morte como normal. Ela não tinha nenhum problema, entrou saudável no hospital e saiu daqui irreconhecível. Veio para dar à luz e trazer alegria, e acabou não voltando — conta o marido da vítima, Rôni Alexandre Ferreira da Silva.
A Delegacia Especializada em Homicídios e Desaparecidos (DEHD) de Passo Fundo investiga o caso. Em contato com a assessoria do Hospital de Clínicas, foi reiterada a nota enviada à imprensa no último dia 30 de junho. No texto, a instituição afirma que as equipes "não mediram esforços para atendimento da paciente durante o período de internação". Ainda, informaram que confiam no trabalho dos órgãos públicos que fazem a investigação do caso.
O caso
Jaqueline deu à luz Maria Flor na manhã do dia 23 de junho, no Hospital de Clínicas. Ela morreu quatro dias depois, por complicações na cesariana, conforme consta no boletim de ocorrência. A vítima foi submetida a dois procedimentos, o primeiro ainda no dia 23 e o segundo no dia 24, após dar entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Ela faleceu às 18h do dia 27. No atestado de óbito, foi declarada disfunção de múltiplos órgãos. Jaqueline deixa os pais, dois irmãos, o marido e três filhos: a recém-nascida Maria Flor, Valentim, seis anos, e Beatriz, de cinco.