A Câmara de Vereadores de Passo Fundo, no norte do RS, aprovou na tarde desta segunda-feira (27), a proposta do Executivo Municipal de reajuste salarial de 5,5% para os servidores públicos municipais. O projeto também prevê aumento de 12% no vale alimentação.
Os servidores lotaram o plenário Sete de Agosto para acompanhar a votação. Sob protesto, a proposta teve 14 votos favoráveis e seis contrários. Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (Simpasso), Maria Bernadete Matos, desde janeiro a categoria tenta uma negociação com o Executivo e esta proposta, segundo ela, não contempla as reivindicações.
— Todas as nossas lutas foram em função de um percentual maior e melhor para atender as necessidades dos nossos servidores. Tivemos uma mensagem retificativa com relação ao percentual do vale alimentação mas, mesmo assim, não contempla nossa reivindicação — afirma a presidente.
A proposta aprovada concede aos servidores 4,5% referente a reposição inflacionária do último ano e 1% de ganho real, ou seja, em forma de aumento, além de 12% de reajuste no vale alimentação. A expectativa do sindicato era que o prefeito encaminhasse uma mensagem retificativa antes da votação.
— Aquele 1% que a gente teve de reajuste, de ganho real, na verdade, ele não atende a expectativa dos servidores. Então nós ficamos hoje em Assembleia aguardando que o executivo atendesse às expectativas dos servidores em um ganho real maior e melhor, o que não aconteceu — pontua a presidente.
Na tribuna, o líder da oposição na Câmara, o vereador Rodinei Candeia (Republicanos), criticou a forma em que a matéria foi conduzida. Segundo o vereador, o projeto chegou em regime de urgência, ou seja, com tempo reduzido para a apreciação.
— O Município desagrada os sindicatos, desagrada os servidores, coloca os vereadores numa situação constrangedora e chega num momento com a votação de um projeto importante desse, não tem uma discussão madura, equilibrada — afirmou o vereador.
Já o líder do governo, vereador Gio Krug (PSD), destacou que o projeto chegou na Câmara somente na última sexta-feira (22), e que no momento apenas o que restava era os vereadores decidirem pelo sim ou pelo não.
— Se a gente rejeitar o projeto, os servidores vão perder esse percentual. Votar contra o projeto vai ser nada mais do que um ato político. Eu gostaria de votar 20%, mas o projeto veio assim do Executivo e hoje só podemos dizer sim ou não — disse o vereador.
Agora o projeto será encaminhado para a sanção do prefeito Pedro Almeida (PSD), que deve acontecer até o dia 6 de abril.