Em busca de um novo objetivo após a chegada da aposentadoria como professora, Jaqueline Salvador viu em um hobbie artesanal a oportunidade de colocar a vida nos trilhos novamente. Tornou-se integrante do Bazar das Marias há dois anos e duplicou a renda que tinha com a venda de uma linha de bem-estar, em que confecciona sabonetes veganos e bolsinhas terapêuticas.
— Eu me aposentei e entrei em depressão, eu me sentia jovem e queria continuar sendo útil, então o empreendedorismo veio como uma tábua de salvação para mim, e as Marias entraram junto no mesmo barco. É uma rede de apoio, estamos unidas pelo ideal do nosso trabalho, com a visão do empreendedorismo feminino. O avanço que tive, eu não teria sozinha, eu precisei do conselho, suporte e ajuda delas — relata Jaqueline.
O Bazar da Marias, grupo de Passo Fundo, reúne 158 mulheres que desenvolvem diversos tipo de trabalho artesanal e que desejam crescer e se profissionalizar. O grupo realiza exposições mensais, desde 2019, com uma pausa durante o período de distanciamento social da pandemia de covid-19. Neste sábado (10), a 15ª edição da feira contou com 52 expositoras, no salão social da Paróquia Santa Teresinha.
— O Bazar é uma rede de apoio emocional e profissional. Trabalhamos com elas questões empreendedoras, como a importância de ter um nicho de mercado e de se profissionalizar. A gente tem muito orgulho de ter esse movimento, é muito amor e empenho colocado. A comunidade também abraçou as Marias, e tudo tem dado certo — afirma a idealizadora do projeto Adriane Rebechi Rodrigues.
O diferencial deste mês foi o espaço de inovações kids, que incentivou os filhos e familiares das Marias, como são chamadas as integrantes do grupo, a empreender brincando.
O pequeno Rafael Rebechi Pires, de 9 anos, montou sua primeira mesa de vendas. Focado no ramo da culinária, ele levou três sabores de brownie para sua primeira venda.
— Ainda não sei o que vou fazer com o lucro, mas estou adorando a experiência. Escolhemos o brownie porque é um bolo que tinha tudo para dar errado, mas que no fim deu certo — brinca.
Já a Julia Tomasini, de 10 anos, montou sua banca de bijuterias no Bazar. A estudante ganhou o primeiro kit de artesanato aos 3 anos, mas participou de um evento pela primeira vez nesse sábado:
— Eu vendo as pulseiras, brincos, colares e chaveiros para os meus amigos, colegas e família. Mas aqui está sendo muito legal, eu vendi muito bem hoje.
Entre o público, a administradora financeira Juliana Fortes Martins, veio ao Bazar pela segunda vez, e motivou outras três amigas para conhecerem o espaço. Na sacola, Juliana garantiu cafés, sobremesa para o almoço de domingo e utensílios domésticos:
— São mulheres que estão mostrando seus potenciais e com um diferencial, e também valorizar e dar um apoio, mostrando que a comunidade está do lado delas. Os produtos são de excelência.