Por Nadja Hartmann, jornalista
Na última quinta-feira (7) abriu oficialmente a janela partidária, período que permite políticos eleitos trocarem de partido sem perder o mandato. Se todas as mudanças já anunciadas extraoficialmente se confirmarem, pelo menos seis vereadores — se reeleitos forem — assumirão um novo mandato em 2025 representando um partido diferente daquele que foram eleitos em 2020. Em alguns casos, aliás, bem diferentes...
Um exemplo do quanto políticos podem ser ecléticos é o vereador Gleison Consalter, que já foi PT, PSB, PDT e agora vai para o PL. Já o vereador Sargento Trindade irá trocar um partido de centro-esquerda, o PDT, por um de centro-direita, o PSD, novo destino também de Leandro Rosso, que deixa o Republicanos.
O vereador Indiomar dos Santos optou por se manter no mesmo campo ideológico, trocando o Solidariedade pelo PP, assim como Edson Nascimento que deixa o União Brasil.
Perdas e ganhos
A escolha de Evandro Meireles ainda permanece uma incógnita, porém, como um político fiel ao PTB desde o início de sua trajetória política, o vereador não deve optar por uma grande guinada ideológica. Sabe-se que já conversou com o PSDB e o PSD, mas encontrou resistências... As opções podem ser o União Brasil ou o PDT, que é a sigla que mais sai perdendo com as mudanças, reduzindo pela metade a sua bancada...
Aliás, sobre perdas e ganhos, chama atenção o crescimento das bancadas de direita, como o PL, e centro-direita, como o PSD e o PP nesta nova configuração do legislativo passo-fundense, que passará a ter o seguinte desenho:
- PSD: 3 vereadores
- PP: 3 vereadores
- MDB: 2 vereadores
- PDT: 2 vereadores
- PL: 2 vereadores
- PSB: 2 vereadores
- Podemos: 1 vereador
- Cidadania: 1 vereador
- Republicanos: 1 vereador
- União Brasil: 1 vereador
- PSDB: 1 vereador
- PT: 1 vereador
- PTB: 1 vereador.
Afastamento
Além dos seis que já estão com um pé do outro lado da janela, ainda há possibilidade da fila ser engrossada por mais um vereador, Saul Spinelli, do PSB. Porém, a sua amizade com Beto Albuquerque e o fato de ter decidido não concorrer à reeleição à vereador, pode fazer com que tudo fique como está. Ou não... O seu gradual e progressivo afastamento do governo Pedro Almeida pode tornar desconfortável a permanência em um partido aliado à administração durante a campanha eleitoral...
Equação
É senso comum entre políticos a tese de que o eleitor se mantém alheio a estas movimentações partidárias já que vota em nomes e não em siglas. Até pode ser, mas para o sistema eleitoral brasileiro, o partido importa sim, e muito, tanto que o quociente eleitoral já deixou muito político eleito “pelo nome” sem mandato...
Por isso mesmo, um dos fatores que mais tem influenciado as escolhas dos vereadores nesta janela partidária é a complexa equação da legenda, até porque, com a nova regra que reduziu as nominatas, qualquer erro de rota pode ser fatal. A fórmula para resolver esta equação pede partidos fortes o suficiente para preencher a legenda (o que implica também em recursos do fundo partidário), mas com candidatos não tão fortes que possam ameaçar a eleição de quem está chegando... Difícil...
Convocação
Com a hashtag “educação sem doutrinação”, o vereador Rodinei Candeia (Republicanos) usou as suas redes sociais para convocar a população a comparecer na sessão da Câmara de Vereadores desta segunda-feira (11), quando será votado o projeto de sua autoria, que obriga as escolas informar aos pais sobre atividades de gênero.
O projeto foi considerado inconstitucional pela Procuradoria Jurídica e recebeu parecer contrário da maioria das comissões da Casa. Além disso, motivou uma nota técnica da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e uma moção de repúdio do CMP.
No texto, o sindicato, que representa o magistério municipal de Passo Fundo, acusa o projeto de ferir a liberdade de cátedra dos professores, “submetendo-os à constante sensação de censura e repreensão”. O CMP ainda cita a importância de abordar o tema, “já que a escola é notoriamente a principal identificadora de casos de abusos sexuais em crianças e adolescentes”. Vamos aguardar o resultado da votação...
Comissão de Segurança
Pelo segundo ano consecutivo, o deputado federal Luciano Azevedo (PSD) foi confirmado nesta semana como titular da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, Luciano é o único parlamentar do norte do RS a integrar essa que é uma das comissões mais importantes do parlamento federal.
No primeiro ano de mandato, o deputado de Passo Fundo apresentou diversas propostas na área da segurança pública, sendo um defensor de penas mais rigorosas e com menos tolerância em relação ao crime. Neste segundo ano junto à comissão, o parlamentar adiantou à coluna que terá dois focos prioritários. Um deles será a defesa por penas mais duras para quem comete crimes contra crianças.
— É inaceitável que quem comete crime contra uma criança seja tratado da mesma maneira que um criminoso comum — afirmou.
O deputado também defende que aqueles que cometem crimes contra o patrimônio público ou instituições de uso coletivo, como escolas e hospitais, também sejam punidos com mais rigor:
— Quem faz isso não prejudica apenas uma pessoa, mas a coletividade. Isso deve ser levado em conta na hora da punição.
O que foi dito
Maior política agrícola que o Brasil poderia ter é a criação de um fundo para um seguro agrícola consistente, tanto de custeio como de renda
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