Otimismo
O prefeito Pedro Almeida voltou na última sexta-feira (12) de São Paulo, com muito otimismo na bagagem. Nem mesmo problemas, como a interdição pelos Bombeiros da escola municipal no bairro Bom Recreio, estragaram o bom humor. O motivo para tanto otimismo foram as reuniões realizadas com representantes da Google e da JBS, onde, segundo o prefeito, foram fechadas parcerias importantes para o município. Acompanhado dos secretários de Desenvolvimento, Diorges Oliveira, e de Relações Institucionais, Josué Longo, o prefeito também esteve reunido com o ex-ministro Franscisco Turra, presidente da Aprobio — Associação Brasileira de Biocombustíveis —, mas que também é uma das principais lideranças nacionais do PP...
Progressistas
A relação cada vez mais próxima com o PP, garantida, sem dúvida, em função do grande trânsito do secretário Josué Longo no partido, visa consolidar a sigla na aliança de 2024. Apesar dos progressistas hoje estarem no governo, futuras movimentações no diretório estadual e nacional podem provocar ruídos neste casamento, que não é uma unanimidade entre as lideranças locais do PP. Há quem não concorde com um papel de coadjuvante sem direito nem mesmo a participação na majoritária nas eleições municipais...
Forças políticas
Aliás, é nisso que a união, ainda não formalizada, da direita em Passo Fundo aposta para atrair o PP. No chamado “grande encontro da direita passo-fundense”, realizado na última sexta-feira estavam presentes representantes do PL, como Márcio Patussi e Patric Cavalcanti, do PSC, como Claudio Doro e João Gomes e do Republicanos, como o vereador Rodinei Candeia. Já que o grande desafio é lidar com a “fogueira das vaidades”, eles juram que não falaram em nomes, apenas em “forças políticas”, onde, é claro, entra a matemática... Mesmo sabendo que o dois mais dois na política, nem sempre é quatro, os três partidos estimam que juntos podem somar cerca de 50 mil votos em 2024. Na equação, levam em conta também o legado Bolsonaro, que fez mais de 66 mil votos no segundo turno das eleições em Passo Fundo. Já Ônix Lorenzoni, que participou da reunião por chamada de vídeo, fez 49 mil votos, perdendo para Eduardo Leite no município.
Movimento conservador
O que se nota é uma grande movimentação no sentido de consolidar a direita em Passo Fundo não só de fato, mas também de direito, ou seja, no comando do município e com maioria na Câmara de Vereadores. Para isso, uma das estratégias é se manter na vitrine. No próximo dia 7 de junho, acontece o evento “Encontro de Patriotas”, quando será lançado o Movimento Conservador de Passo Fundo, com a presença do fundador e presidente estadual do movimento, Maurício Costa... Enquanto isso, os partidos de esquerda locais parecem que “dormem em berço esplêndido”...
Corpo a corpo
A semana que se inicia será determinante para as articulações envolvendo o projeto do subsídio ao transporte coletivo de Passo Fundo. Após a derrota em dezembro do ano passado, a aprovação se tornou uma questão de honra para o governo Pedro Almeida, que tem razões de sobra para apostar na vitória. No entendimento da administração, foi feita a lição de casa, incorporando no texto sugestões dos vereadores da oposição. Além disso, o governo vem trabalhando no corpo a corpo junto a vereadores com votos flutuantes. Em dezembro, o projeto foi rejeitado com o placar de 11 a 9, sendo dois votos contrários de vereadores da base. Um deles, do vereador Gio Krug (PSD) já foi revertido. Já o outro, do vereador Altamir dos Santos (Cidadania), ao que tudo indica, se mantém, uma vez que ele continua fazendo críticas ao projeto na tribuna. Por isso, não se descarta que a “carta na manga” do governo não esteja somente no voto dos vereadores da base, e sim na “oposição flutuante”, hoje representada pelo vereador sargento Trindade (PDT). Vale lembrar que se der empate, o voto minerva é do presidente Alberi Grando (MDB).
Pesquisa
No esforço de ampliar o debate, os vereadores da oposição promovem nesta terça-feira (16), na Câmara, uma reunião sobre o tema com a participação do promotor Cristiano Ledur, titular da 4ª Promotoria Especializada de Passo Fundo, que vem se debruçando sobre a questão do transporte coletivo municipal há muito tempo. Em reunião recente com a oposição, o promotor falou da sua preocupação com o fato de nunca ter havido um processo concluído de licitação no município. Outra iniciativa da oposição na semana anterior da votação do projeto é uma pesquisa junto à população que vem sendo divulgada nas redes sociais. Além de perguntar se concorda com a transferência de até R$9 milhões para empresas sem diminuir o valor da passagem, a pesquisa pergunta ainda se a pessoa votaria novamente em um vereador que aprove o subsídio. O resultado pode surpreender...