Jocélio Cunha, presidente do Hospital de Clínicas de Carazinho
O início de 2025 é marcado pela posse dos novos gestores públicos municipais no Brasil, eleitos no pleito de 2024. Para os prefeitos e vereadores que iniciam seus mandatos, vivenciam novos desafios e aprendizados que se impõem de forma acelerada a fim de atender toda a dinâmica e a complexidade que a gestão pública impõe.
Já para os gestores que foram reeleitos, a continuidade de seus mandatos, traz a necessidade de inovação e de consolidação dos avanços obtidos e também a necessária correção e aprimoramento daquilo que não funcionou exatamente como o esperado, a fim de oferecer soluções que tanto se fazem necessárias para a população.
Os primeiros meses de mandato serão importantíssimos para a execução de um planejamento alinhado as necessidades mais prementes da população, priorizando seus orçamentos. A saúde, a educação, a segurança pública, o desenvolvimento econômico e a mobilidade urbana devem ser as maiores prioridades de cada governo.
Outro fator extremamente importante é as relações entre os poderes executivo e legislativo municipal, é preciso a prevalência do interesse coletivo em detrimento do interesse pessoal ou conveniências políticas. É preciso haver uma harmonia entre os poderes a fim de prosperar projetos importantes que beneficiem a todos.
A instabilidade econômica na esfera nacional, causada por ausência de projetos claros e consistentes, além de uma maior austeridade com gastos públicos, acaba refletindo também na economia dos municípios, pois traz como consequência a instabilidade e a incerteza econômica no meio local. Os gestores municipais estão mais próximos da população como um todo, e isso faz com que o nível de cobrança seja ainda maior.
Com o aumento da inflação e do dólar, além da alta carga tributária existente em nosso país, faz com que a população não consiga mais suportar tamanha instabilidade econômica. E isso tudo faz com que o poder de compra de todos os brasileiros esteja em declínio no momento atual. Esta situação é sentida diretamente em nossos municípios, fazendo com que importantes projetos locais de desenvolvimento econômico acabem sendo postergados.
Embora restem ainda algumas dúvidas, outro grande desafio para os municípios será a reforma tributária que se avizinha, concebida sob o forte argumento da necessidade de simplificar o sistema de cobrança de impostos no Brasil e aprimorar a distribuição dos recursos entre os três entes federativos, a mesma evoluiu muito rapidamente para uma centralização de recursos para o governo federal, em total prejuízo a estados e a maioria dos municípios, trazendo incertezas muito fortes para o futuro econômico dos entes municipais.
Em 2026 teremos novamente eleições no Brasil, e o bom desempenho de prefeitos e vereadores neste diapasão de tempo até lá, trará grandes possibilidades de novas oportunidades eleitorais, e não tenhamos qualquer dúvida de que isso mobiliza muito fortemente o meio como um todo.
A polaridade que hoje permeia o cenário politico nacional, deverá se intensificar ainda mais, e a depender da evolução desta situação no âmbito nacional nas próximas eleições, todo o cenário econômico e social pode mudar novamente, ou seja, no Brasil até o passado é incerto.
Jocélio Nissel Cunha é presidente do Hospital de Clínicas de Carazinho (HCC), vice-presidente da ACIC Carazinho e membro do Conselho Superior da Federasul.