Oito meses após o acidente de ônibus que causou a morte de duas gaúchas em Paso Jama, no Chile, familiares ainda lidam com a dor da perda e o impacto da tragédia. O veículo levava 42 pessoas em uma excursão e capotou em 25 de abril, deixando também 33 feridos.
A repercussão do caso e o relato das vítimas ficaram entre as reportagens mais lidas de GZH Passo Fundo em 2024 — motivo pelo qual integra série sobre os assuntos do ano. As atualizações serão publicadas no site nos próximos dias como forma de lembrar o ano que passou.
As causas do acidente são investigadas pela polícia chilena e o inquérito ainda não foi concluído. Enquanto isso, na família da professora Elenice Terezinha Mezzomo Preto, 54 anos, a saudade aperta com a chegada do fim de ano.
O filho, Pedro Augusto Mezzomo Preto, 24, lembra que a alegria da mãe era reunir a família e manter a tradição de montar uma antiga árvore de Natal.
— A gente convive com essa dor, mas não esquece. Eu sinto muita falta. Como eu moro longe de casa, quando eu vinha ela estava sempre me esperando de um jeito especial. Sempre alegre, feliz, e a alegria dela era reunir a família, fazendo almoço, festas de fim de ano, sempre lá em casa — conta o jovem.
No dia 31 de outubro, data que seria o aniversário de Elenice, familiares e amigos se reuniram para prestar uma homenagem no cemitério onde ela foi sepultada, em David Canabarro, no norte do Estado. Levaram rosas amarelas, uma das preferidas da professora, que também trabalhou como florista.
— Ela amava flores. Por isso a gente usou rosas amarelas. Ela era católica, mas tinha uma vinculação muito grande com o espiritismo. Sempre foi uma pessoa de muita fé — lembrou Pedro.
Além de Elenice, a outra vítima do acidente foi Nora Edith Kunz, 63 anos, moradora de Poço das Antas. Os excursionistas, moradores de Lajeado e de municípios vizinhos, já haviam passado por Salta e Jujuy, na Argentina, e seguiam viagem até São Pedro do Atacama, no Chile, quando o veículo capotou na rodovia.
À época do acidente, o Itamaraty, através do Consulado do Brasil em Santiago, prestou apoio às vítimas. Procurado pela reportagem, o órgão disse que não acompanha mais o andamento do caso.