Os compradores dos mais de 300 apartamentos do Residencial Andaluz, em Carazinho, no norte do RS, finalmente têm motivos para celebrar: desde o começo de junho, a construção que ficou parada por mais de dois anos voltou a avançar. Uma nova empresa assumiu a obra em 3 de junho e, segundo a Caixa, a entrega deve acontecer até o fim de 2025.
Ao todo, são 306 apartamentos em cerca de 40 edificações. Quem comprou uma das moradias espera desde novembro de 2021 pela entrega das chaves. O primeiro prazo foi adiado para maio de 2022. Desde então, muitos moradores acionaram tanto a Caixa Econômica Federal, que financiou a obra atrás do programa Minha Casa Minha Vida, quanto a Tectus Incorporações, responsável pela construção, na Justiça Federal.
O banco estatal também ingressou na justiça contra a construtora por conta da situação na obra. Após um imbróglio judicial e 76% da obra concluída — pelo menos oficialmente —, a Caixa assinou contrato com uma nova empresa para que os trabalhos fossem retomados.
Nas primeiras semanas de retomada, engenheiros e outros trabalhadores fazem avaliações da infraestrutura, condição das casas e a limpeza de todo o espaço. A notícia virou motivo de celebração entre os compradores. Apesar de ainda faltar um ano e meio para a mudança, traz esperança às pessoas que sonhavam com a mudança para a casa própria.
— Tantas as vezes nós viemos aqui na frente e víamos parado, abandonado. Dói ver tudo parado porque muitas famílias estão passando por isso. Algumas que investiram muito mais que a gente até também estão esperando — disse o aposentado Flávia Correa, que aguarda pelo desfecho da história.
Correa conta que, quando disse à filha de nove anos que iriam até o Residencial Andaluz, ela chegou a pensar que finalmente a família estava de mudança para o novo endereço.
— Eu falei para ela que nós viríamos nos apartamentos e ela perguntou se não íamos levar guarda-roupa, as coisas, a cama? Eu disse "não, filha, vamos só olhar" — lembrou ele, referindo-se à demora e ao fato do assunto já ter se tornado uma esperança até mesmo entre as crianças.
O prazo dado pela Caixa Econômica Federal para a conclusão da obra é de 18 meses, ou seja, até o fim de 2025. A empresa responsável, Demarco Construtora, afirmou que tenta concluir o trabalho em menos tempo, 16 meses. Para isso, a ideia é contar com 70 funcionários de forma simultânea no canteiro de obras.