Centro de solidariedade, Passo Fundo vive o Dia das Mães com incontáveis histórias de mães e filhos que se uniram pelo trabalho voluntário. Seja na produção de alimentos, triagem de donativos ou transporte de itens, famílias daqui ajudam a confortar aquelas atingidas pelas enchentes que causaram mortes e estragos em boa parte do RS.
Na Igreja São Vicente de Paulo, no Boqueirão, enquanto uma mãe coordena a cozinha, a filha orienta todos os trabalhos de montagem de marmitas e logística de envio. Dona Mariza Cecília Lago, 66, e Charlise Lago, 31, decidiram doar seu tempo e experiência para montar um centro de produção no salão da paróquia.
— É um trabalho gratificante, bonito de fazer. A gente não espera recompensa, mas nos faz bem, mesmo que no fim do dia a gente esteja cansada — conta a aposentada.
Assim como para grande parte da população gaúcha, o Dia das Mães das duas deverá ser diferente, com trabalhando incessante. Para a data, inclusive, o grupo está montando kits especiais para destinar às mães atingidas pela chuva.
— A gente sabe que é por uma boa causa e eu só tenho a agradecer pela minha mãe, que pega junto, que me ajudou todos esses dias. Mas vai ser um domingo diferente, não só pra nós, mas pra todo mundo — afirmou a jovem.
Acolhimento
Em outro canto da cidade, dentre as dezenas de voluntários que trabalham no salão da Associação dos Moradores da Vila Nova, a filha Sabrina, 22, e a mãe Sônia Kowalski, 59, eram mais quatro mãos operando na montagem de marmitas e sanduíches. Sônia viajou de Centenário, município a 80 quilômetros de Passo Fundo, para visitar a primogênita e foi inspirada pelo voluntariado.
— Ela me contou que estava ajudando, então decidi acompanhar para passarmos tempo juntas e também auxiliar nesse trabalho, que está muito organizado. A gente tem uma sobrinha em Canoas que precisou ir para um abrigo, então nessa hora temos que ajudar, independente de quem seja e da forma que podemos — conta Sônia.
Para Sabrina, o que chamou a atenção foi o acolhimento que encontrou entre os voluntários. De acordo com ela, o senso de comunidade entre os presentes é o que tem mobilizado não só o trabalho incansável, mas o grande volume de donativos.
— Não importa de onde você vem, você chega aqui e é acolhido, te ensinam o que fazer e como fazer, então isso também tem nos aproximado — acrescenta a jovem.