Os moradores de Barra do Rio Azul ainda contabilizam prejuízos um mês depois da maior enchente que atingiu o município de cerca de 1,7 mil habitantes do norte do RS. A cidade já recebeu recursos dos governos estadual e federal, mas ainda deve demorar para se reerguer.
A prefeitura recebeu R$ 1,9 milhão do governo do RS para a recuperação de solos e equipamentos de saúde, e outros R$ 3,5 milhões do governo federal para as áreas da saúde, assistência social, recuperação e limpeza da cidade e compra de veículos. Agora, a administração aguarda a liberação de recursos da Defesa Civil nacional para reconstruir pontes no interior.
Segundo a administração municipal, a recuperação total do município só deve acontecer depois de março de 2024. Os próximos passos serão focados em ações para evitar desastres como o que atingiu o município em 3 de novembro.
— A gente tem também a ideia de nos próximos meses estar encaminhando projetos para conseguir, quem sabe, evitar esse tipo de incidentes, como o desassoreamento dos rios e também algumas melhorias nas pontes e no nosso centro da cidade — afirmou Anderson Fernando Bagatin, secretário de Administração e Finanças de Barra do Rio Azul.
Um passo de cada vez
A população de Barra do Rio Azul foi surpreendida pela enchente dos rios Azul e Paloma, que rodeiam a cidade, no começo da manhã de 3 de novembro. Imagens mostram o momento em que a força da água leva pelo menos duas casas e uma viatura da Brigada Militar. O veículo oficial só foi encontrado dois dias depois, a 5 quilômetros do município.
Além das casas, os estabelecimentos comerciais também foram prejudicados e, pouco a pouco, empresários tentam reabrir as portas e voltar ao trabalho. É o caso do construtor Silvino Luís Madalozzo, que tem uma loja de materiais de construção. O prejuízo dele chega a R$ 700 mil.
— Eu tinha aqui quase 4 mil itens à disposição dos clientes e do município, mas praticamente foi tudo embora, fora a questão de balcões e prateleiras, vidros que foram quebrados e a água levou — conta.
Agora, ele e outros empreendedores tentam se recuperar na medida do possível. Segundo Madalozzo, é um passo de cada vez. Isso porque, depois da limpeza e recuperação dos itens que sobraram, é preciso reunir força e dinheiro para voltar à rotina.
— A gente sabe é difícil ter recursos para isso, mas estamos tentando retomar a caminhada, recomeçar, com esperança e trabalho, muito trabalho — pontua Madalozzo.