Cerca de 2 mil trabalhadores das unidades de aves e suínos do frigorífico Aurora de Erechim estão em greve desde segunda-feira (31). As reivindicações incluem melhores condições de trabalho, ajuste na jornada de trabalho (hoje de segunda-feira a sábado) e que o vale-alimentação não seja descontado em dias não trabalhados.
Na terça-feira (1), representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação se reuniram com a empresa para apresentar as demandas. A reunião contou com juízes do 4º Tribunal Regional do Trabalho (TRT-4) e promotora do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Até o momento, não há previsão de quando as exigências serão atendidas. O presidente do sindicato dos trabalhadores, Diego Lauer, disse que a categoria aguarda a flexibilização da empresa para voltar às atividades.
— Nós temos a expectativa que a cooperativa traga pelo menos a questão do cartão alimentação ainda hoje. Assim, nós continuaríamos em estado de greve, mas o trabalhador retornaria às atividades até próxima reunião, onde devemos discutir a questão do trabalho nos sábados — afirmou o representante.
Em nota, o TRT-4 afirmou que não houve definição entre as partes na primeira proposta de acordo entre as partes. Uma nova reunião foi agendada para a próxima segunda-feira (7), às 10h, por videoconferência, para dar andamento às negociações.
O que diz a empresa
Em nota, a Aurora afirmou que sempre esteve aberta a negociações e a busca por soluções conjuntas. Segundo a empresa, a greve está causando prejuízos para a economia regional. Confira o posicionamento na íntegra:
"A Aurora Coop lamenta profundamente o movimento paradista que está comprometendo a operação em nossas unidades de abate de aves e suínos em Erechim (RS). Nosso compromisso é com o desenvolvimento sustentável e a construção de relações sólidas e proativas, e é com esse espírito que buscamos encontrar soluções razoáveis e justas.
O movimento extremo, que atingiu as nossas operações, infelizmente vem causando prejuízos significativos a todos os elos da cadeia produtiva. Nossos produtores cooperados, fundamentais para a nossa operação, estão sendo impactados diretamente, enfrentando dificuldades em escoar a produção represada, gerando consequências financeiras e comprometendo suas atividades no campo.
Os municípios da região, assim como o Estado, também sentem os reflexos desse movimento, uma vez que a economia regional depende do dinamismo do setor agroindustrial. A interrupção das operações acarreta menor arrecadação de impostos e nos investimentos públicos necessários para o desenvolvimento local. Da mesma forma, o procedimento negativo adotado afeta a sociedade como um todo.
Nossos colaboradores, parte essencial de nossa equipe, têm enfrentado intimidações que geram insegurança no seu legítimo direito de escolha. Acreditamos que um ambiente de trabalho seguro e respeitoso é fundamental para o bem-estar de todos e a prosperidade na relação capital/trabalho.
A Aurora Coop ressalta que sempre esteve aberta a negociações, priorizando o diálogo e a busca por soluções conjuntas. Nosso objetivo é construir um relacionamento no qual todas as partes envolvidas possam expressar seus anseios e se manifestar de forma urbana.
Reiteramos a importância de superarmos os obstáculos por meio de um diálogo aberto e colaborativo. Nessa linha, apresentamos uma proposta justa e alinhada ao que preconiza a legislação e estampa o momento socioeconômico atual, o que reflete o compromisso ético e responsável da Aurora Coop. Acreditamos que somente com a cooperação, o diálogo e o engajamento de todas as partes envolvidas poderemos encontrar soluções que alcancem a todos, garantindo a retomada segura de nossas atividades.
A Aurora Coop permanece comprometida em defender o bom relacionamento e a continuidade das operações em prol de todos os elos da cadeia produtiva."