Apesar de todos os esforços, muito trabalho ainda precisa ser feito para que Sede Nova, no Noroeste, possa voltar a ser como era antes. Uma semana após o ciclone que atingiu o Estado, a destruição na cidade ainda impressiona. Equipes da prefeitura seguem com a remoção de árvores e entulhos e as famílias continuam com a limpeza e conserto das casas. A aposentada Irene de Mattos conta que a casa teve as paredes deslocadas com a força do vento.
— Muitos estragos na minha casa. A Defesa Civil esteve aqui e deu como condenada essa parte de madeira. A cidade está 80% destruída, então agora é levantar a cabeça e enfrentar — desabafa.
A preocupação na cidade onde mais de 500 famílias foram atingidas é também com as perdas no campo. A cidade tem quase 90% da economia baseada na produção de grãos, leite e suínos. Pelo menos 50 famílias do interior tiveram estragos nas propriedades, algumas perderam tudo. O produtor Jair Brentano teve um prejuízo de mais de R$ 2 milhões com a perda do galpão onde ficavam 140 vacas leiteiras e todo o sistema de ordenha.
— Eu não tinha nada de seguro, mas vamos recomeçar devagarzinho. É bem complicado porque ninguém imagina encontrar a propriedade assim destruída ou a sua residência, seu trabalho, mas agora é reconstruir — diz o produtor de leite.
Segundo o levantamento inicial da Emater/RS, os prejuízos no campo chegam a R$ 27 milhões. Já a prefeitura estima que, contabilizando os danos no campo e na cidade, o prejuízo passa dos R$100 milhões.
— O município é 88% agrícola e praticamente todos (as propriedades) foram atingidas. Então são produtores grandes daqui que perderam tudo. A nossa preocupação é com isso. Como é que nos vamos fazer para ajudar essas pessoas que têm financiado, não têm seguro, como é que vão tocar daqui para frente? — questiona o prefeito de Sede Nova, Leandro Baungrat.
O município decretou estado de calamidade pública na última quinta-feira (13) e agora aguarda o repasse de verbas para reconstruir o que foi perdido. O decreto foi homologado pelo Estado e ainda precisa ser pelo Governo Federal.
Solidariedade
Enquanto os recursos não chegam, a solidariedade tem feito a diferença na cidade. Muitas doações já foram feitas, principalmente de roupas que já são suficientes para atender todas as famílias atingidas. O pedido agora é pela doação de materiais de construção e dinheiro, como explica a coordenadora municipal da Defesa Civil, Rejane da Costa.
— Estamos dando prioridade na solicitação de ajuda com telhas, qualquer tipo de material de construção e também nas doações em dinheiro na nossa conta Pix, porque alimentos, colchões e roupas a gente tem bastante, daqui a pouco a gente vai ter até dificuldade para armazenar — diz.
Saiba como ajudar Sede Nova
Pix
- 140189110001-50
Conta Bancária
- agência 0225
- conta: 04150330.0-3