O município de Sede Nova, no noroeste gaúcho, espera pela liberação de recursos estaduais e federais para reconstruir as estruturas destruídas durante a passagem do ciclone extratropical pelo Estado, na semana passada. O município decretou estado de calamidade pública por causa dos prejuízos.
O último levantamento contabilizou mais de 500 desalojados, 540 residências atingidas e prejuízo de pelo menos R$ 56 milhões, sendo R$ 27 milhões só na zona rural. A maioria está abrigada no ginásio do município.
Segundo Rejane da Costa, coordenadora da Defesa Civil municipal, boa parte das casas danificadas já estão cobertas por lonas. A prioridade, agora, é a liberação de recursos dos governos estadual e federal para cobrir as residências com telhas.
— Pela proporção do desastre, estamos fazendo o máximo que pudemos, mas dependemos da homologação para disponibilizar as telhas para a população — disse.
Desde sábado (15), muitas famílias procuraram a Defesa Civil de Sede Nova para alertar sobre o comprometimento das estruturas.
— Além das que já estavam afetadas, agora o número está aumentando porque as pessoas começaram a identificar danos na estrutura física, e não só nos telhados — explicou.
O município é pequeno, de 2,7 mil habitantes, o que dificulta a arrecadação de recursos para suprir a demanda dos estragos causados pelo ciclone. GZH Passo Fundo questionou os governos estadual e federal sobre o envio de recursos para Sede Nova, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
Reconstrução
Pelo menos 50 famílias de produtores rurais de Sede Nova tiveram prejuízos. Em algumas, silos foram completamente destruídos. É o caso do agricultor Airton Helmuth Sott, que perdeu todos os pavilhões onde mantinha a criação de suínos.
A estimativa das perdas na propriedade é de, no mínimo, R$ 1,5 milhão. Por isso, Sott não sabe o que vai fazer para retomar a atividade e já cogita abandonar o trabalho no campo.
— Anos de trabalho e agora foi tudo ao chão. Quase não sobrou mais nada. Não sei como é que vou continuar, não sei de que jeito vou reerguer e nem se é possível reerguer alguma coisa. A vida inteira a gente trabalhando e, em segundos, ver tudo no chão — lamentou.
Mas os estragos também são enfrentados na cidade. Da casa da assistente social, Cionara Klein, só sobraram três paredes do banheiro. Ela agradeceu por não estar em casa no momento da tempestade. Nem ela, nem o filho, que estava na escola, se feriram.
— Agora é começar tudo do zero, literalmente. Minha casa desabou completamente — disse.
Para ajudar os desalojados pelo ciclone em Sede Nova, moradores de cidades vizinhas reuniram roupas e mantimentos no salão paroquial do município. O local também abriga repartições públicas que tiveram os prédios danificados.
Como doar
A prefeitura de Sede Nova pede doação de material de construção, em especial telhas, e ajuda financeira, em dinheiro. O contato para doações é o (55) 9 9674-8803.