A vida da família de Fábio Flores, de 27 anos, mudou em janeiro de 2018, quando sofreu um acidente de trânsito de motocicleta em Passo Fundo. Com o impacto da colisão, ele voou e bateu a cabeça em um muro. O homem teve traumatismo craniano e aneurisma cerebral, o que afundou sua cabeça e fez com que perdesse os movimentos e a voz.
O homem, apelidado carinhosamente de "guerreiro", ficou em coma durante dois meses, na primeira internação. Ao todo, Fábio passou por nove procedimentos realizados e duas internações em hospitais, relatou a mãe Jaqueline Flores.
Segundo a mãe, a vida do filho foi salva graças a implantação de duas válvulas e um dreno na sua cabeça, que ajudaram a retirar o líquido nesta parte do corpo.
Por muito tempo, o homem acumulava líquido na cabeça, que ficava inchada. Hoje, Fábio utiliza um equipamento que equivale um pulmão eletrônico para dormir.
— Ele ficou dois meses em coma na primeira internação, e um mês e meio na segunda. Foram várias etapas. Quando conseguimos fazer um procedimento privado, com a ajuda da comunidade e colocar as duas válvulas, salvamos o Fábio, graças a Deus — conta Jaqueline.
Fábio consegue realizar alguns movimentos, como dobrar uma parte do braço e levantar de uma cadeira de rodas. No entanto, precisa de muito mais para realizar o sonho da mãe, Jaqueline Flores, que é de voltar a caminhar.
— O Fábio era imóvel, dormia, não tinha movimentos. Ele começou a levantar uma mão no hospital, a dar os primeiros sinais. Hoje, o Fábio está numa evolução muito boa, ele já entende as coisas e já consegue fazer alguns movimentos. O meu sonho vai ser quando ele voltar a caminhar. Quero ver ele voltar a caminhar novamente e fazer as coisas que quer — relata a mãe, ao citar a paixão do filho pelo Grêmio e pelos bailes.
A sua rotina é controlada pela família, que mudou toda logística após o acidente. A mãe deixou o serviço para cuidar do filho. Os irmãos também ajudam Fábio a seguir a vida. Recentemente, o irmão Adriel Flores deixou Carazinho e se mudou para Passo Fundo para auxiliar na rotina de Fábio. Semanalmente, Flores recebe a visita dos seus dois filhos, que possui com a ex-esposa.
Sem fisioterapia há quatro meses
Por dificuldade financeira, o homem está sem realizar fisioterapia há cerca de quatro meses. Enquanto isso, espera ser chamado na fila do atendimento público.
Nestes mais de cinco anos, a família de Fábio contou com ajuda da comunidade com doações e também realizou diversas ações para manter os custos de remédio, alimentação e tratamento, como rifas, cachorro-quente beneficente, lives solidárias na pandemia, entre outras.
O desejo de Jaqueline, agora, é conseguir ajuda para aumentar o espaço de casa ou conseguir um lugar para fazer salgados, contribuir na renda da família e retomar a fisioterapia de Fábio. Há cerca de dois meses, ela começou uma produção caseira de massas e salgados.
— Estou fazendo salgadinhos para ajudar com as contas da casa, para nos manter. Quero crescer com a venda para ajudar o Fábio nas fisioterapias. Espero que mais pessoas possam nos ajudar a conseguir um espaço, que as autoridades e as pessoas possam ver a nossa situação e nos ajudar — declara.
A família também gostaria de cobrir uma área externa da casa onde moram, no bairro Annes, para Fábio ter mais espaço para as sessões de fisioterapia. A esperança da família, para o ano que vem, é a instalação de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no bairro Annes, próxima da residência da família, que está em obras e deve começar a realizar atendimentos em 2024.
— Para nós, seria muito bom, porque possivelmente teria um especialista fisioterapeuta. Então, para o ano que vem, vai ser muito bom, mas temos esse ano ainda — relata Jaqueline sobre a preocupação.
Galeto com massa
Um jantar está marcado para colaborar com os custos para Fábio retornar às sessões de fisioterapia. Nesta sexta-feira (21), um galeto com massa será realizado no CTG Dom Luiz Felipe de Nadal, no bairro São Cristóvão, a partir das 19h30min.
Após o jantar, terá um baile. Os ingressos estão à venda com a família de Fábio, no valor de R$ 35. É possível retirar o galeto com massa no local. A família possui 300 ingressos, sendo que cem já foram comercializados. O contato pode ser feito com Jaqueline Flores, no contato (54) 99992-7387.