Eles têm uma caminhada de décadas dedicada à dança, sua grande paixão. O casal de bailarinos Mário Alcides Paixão Pereira e Raquel Cristina Rubert Pereira, já representou o Brasil em festivais de dança por vários países no mundo.
Eles se conheceram em 1982, em Cruz Alta, onde residiam, ele com 18 anos, tocando acordeom e ela como bailarina clássica, com 16 anos de idade. Fizeram parte da primeira formação do Grupo de Danças Chaleira Preta, em 1984, onde se aproximaram e perceberam que nas artes estaria seu ponto de equilíbrio e a perfeita união de gostos em comum. Foi ali que começaram a namorar.
Casaram quatro anos depois, em 1986, mesmo ano em que Mário, servidor público federal, foi transferido para Passo Fundo, onde fixaram residência e vivem até hoje.
Raquel é proprietária da Baillar Centro de Danças, escola tradicional de Passo Fundo, inaugurada em 1990, presente de seus pais Décio e Alda Rubert. A escola também tem uma unidade na cidade de Marau. A bailarina afirma que a paixão pela dança e a gratidão pelas oportunidades e aprendizados, aumenta com o passar dos anos.
— A dança nos alimenta, nos motiva, nos complementa, nos faz mais felizes. Desde que nos conhecemos, ela faz parte do nosso dia a dia, seja coreografando, ministrando aulas, fazendo shows, participando de eventos dançantes ou viajando — conta.
O casal já dançou em países como Guatemala, Costa Rica, Honduras, Nicarágua, Panamá, El Salvador, Chile, Equador, Colômbia, Peru, México, Taiwan, Egito, Coreia do Sul, França.
Raquel conta que além do crescimento pessoal e do aprimoramento técnico, experiências e novos amigos foram alguns dos tantos presentes que a dança proporcionou ao casal. Um dos amigos próximos é o famoso coreografo brasileiro, Carlinhos de Jesus, ícone da dança no Brasil.
— Conhecemos muitas pessoas especiais, temos um carinho enorme por cada um deles. São muitas pessoas como Caio Nunes, Stênio Garcia, Vera e Carla Bublitz, Vilma Vernon, Márcia Barros, Rossana Borguetti, entre tantos outros.
Além de bailarinos, desde 2016, eles são produtores culturais do Danzpare Brasil, Festival Internacional de Dança Patrimonial em Pares. A rede de festivais está presente em 10 países e no Brasil, a Baillar, detém a exclusividade da marca. Como a escola está em Passo Fundo, além da cidade, a região teve o privilégio de sediar quatro edições do festival.
A dança nos alimenta, nos motiva, nos complementa, nos faz muito felizes
RAQUEL PEREIRA
Bailarina
Hoje seguem integrando o elenco de bailarinos do Grupo de Danças Chaleira Preta de Cruz Alta. Desde 2001 são idealizadores, diretores, coreógrafos e bailarinos da Cia de Dança de Salão Baillar.
— Nossa vida é a dança. Grande parte dos nossos dias foram dedicados a esta arte que agrega, transforma, que faz a diferença. Às vezes nem eu acredito que faz 50 anos que danço. Sinto que, apesar das limitações físicas da idade eu não conseguiria sobreviver longe dessa arte, que fui apresentada desde criança e me apaixonei.
Mário lembra com carinho da trajetória do casal, que se conheceu em um evento de arte na década de 1980 e segue unido na vida e na dança.
— Como não poderia deixar de ser, nosso encontro foi através da arte. Eu, músico e dançarino e ela, bailarina. Desde lá seguimos juntos. Hoje temos nossa própria companhia de danças de salão através da qual brindamos as pessoas com a nossa arte. A dança sempre me fascinou e tendo encontrado uma parceira da mesma área artística está sendo uma convivência harmoniosa e prazerosa. Foi muito fácil acompanhá-la no cotidiano. Trabalhamos e nos divertimos ao mesmo tempo — conta.
Raquel é natural de Cruz Alta. Começou na dança aos sete anos, com a professora Vera Bublitz, incentivada pelos pais. Mário começou pelas danças tradicionais gaúchas aos oito anos. A dança já estava entrelaçada na vida de ambos mesmo antes de se conhecerem.
Da união vieram dois filhos, Guilherme, 31 anos e Marcel, de 16. O primogênito dançou até os 20 anos e Marcel permanece na dança, e já representou o Brasil no Panamá, no Danzpare Juvenil, com a partner (par) Vitória Cervo.
Experiências marcantes no Taiwan
Entre as grandes experiências do casal, duas edições de um festival no Taiwan, uma em 2000 e outra em 2004, somando 40 dias, em um país com desafios pela distância, cultura e o rigor disciplinar. Foram 60 shows em 40 dias de evento. O festival acontecia em um parque aquático, em cada edição tendo cerca de um milhão de expectadores.
Raquel segue se dedicando ao ensino e aprendizado da dança. Mário divide seu tempo entre a Justiça do Trabalho e a dança.
— Essas e outras tantas experiências que tivemos em culturas muitos diferentes da nossa, foram enriquecedoras. Conhecemos lugares, convivemos com bailarinos maravilhosos, compartilhamos conhecimentos, hábitos e costumes, amadurecemos como casal, crescemos como profissionais, mas, principalmente, nos tornamos pessoas gratas, melhores, mais felizes e realizadas.
GZH Passo Fundo
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