A votação no Congresso Nacional, em caráter de urgência, pela aprovação do marco temporal mobiliza indígenas e agricultores em diversos locais do Rio Grande do Sul nesta terça-feira (30). Em Vicente Dutra, no norte do Estado, cerca de 80 produtores e moradores do município se reúnem em favor do Projeto de Lei (PL) 490, que inclui o marco, e também questionam a homologação do território como área indígena. O comércio ficará fechado durante a tarde, em protesto.
Em 28 de abril, um decreto feito pelo presidente Lula determinou que 711 hectares de Vicente Dutra passam a ser considerados terra indígena. A definição impacta cerca de 250 famílias, entre agricultores e residentes da cidade, já que o decreto envolve também parte da área urbana. A homologação da área significa que os proprietários precisarão sair dos imóveis.
Em entrevista recente à GZH sobre o tema, a Coordenadora Regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Maria Inês de Freitas, frisou que a solução pacífica para o dilema dos brancos residentes em terras indígenas será construída, já que a homologação da Terra Caingangue Rio dos Índios não significa posse imediata de toda a área por parte dos indígenas.