Na manhã desta quarta-feira (11), o TJD julgou os recursos de Guarany e Atlântico e decidiu pela continuidade da partida, a partir dos últimos 50 segundos do primeiro tempo da prorrogação. Com vaga garantida na final do Gauchão de Futsal, a Yeesco aguarda a definição treinando normalmente.
Desde que garantiu a vaga na decisão, após eliminar a Uruguaianense na semifinal, a equipe de Carazinho tem treinado no ginásio do Sest-Senat. A espera na definição do rival na final já passa de 10 dias, com a outra semifinal sendo decidida no tribunal.
– A gente segue se preparando, segue com os nossos treinamentos e em contato direto com a Liga Gaúcha para saber o que a gente vai fazer daqui para frente. Estamos treinando em dois turnos todos os dias – revelou o técnico Gabriel Galeli.
A decisão do TJD de fazer os últimos minutos do jogo entre Guarany e Atlântico atrasa ainda mais a realização da final. E o caso pode demorar ainda mais, caso os clubes envolvidos resolvam recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Mesmo com a equipe treinando diariamente, o técnico Galeli avalia que esse tempo parado prejudica a sua equipe para a decisão. O comandante da Yeesco lembrou que o time vinha uma sequência de resultados positivos e teme que a pausa na competição possa quebrar o ritmo.
– Essa parada tira toda a adrenalina e o calor do momento. A nossa equipe vinha de uma sequência muito boa, sem nenhuma derrota nos playoffs. A gente fez seis jogos nos playoffs, venceu cinco e empatou um – comentou.
– A gente sabe que é por uma causa muito maior, mas atrapalha. Isso faz com que a equipe perca o embalo e a gente sabe que prejudica o desenvolvimento final do campeonato – ressaltou.
O treinador ainda teme que a competição não termine em 2024, caso a situação demore no tribunal.
– A gente sabe também que tem coisas que fogem do controle da própria Liga Gaúcha. A gente sabe que os tribunais entram em recesso também. Então, a gente também trabalha com a possibilidade de o campeonato ser paralisado e retomar esse ano de 2025 – disse Galeli.
Entenda o caso
O caso ocorreu durante a partida de volta da semifinal do Gauchão de Futsal, no Ginásio Módulo Esportivo, em Espumoso. O Atlântico venceu no tempo regulamentar, por 4 a 1, e levou a decisão à prorrogação. No entanto, aos 4min10s do tempo extra, quando o placar estava 1 a 1, a partida foi paralisada após uma denúncia de injúria racial.
O goleiro João Paulo, do Atlântico, relatou ter sido chamado de "macaco" por um torcedor do time da casa. O atleta chegou a identificá-lo, mas a segurança privada contratada pelo Guarany não teria detido o homem. Por isso, jogadores e comissão técnica do Atlântico optaram por não retomar à quadra.
Depois do primeiro julgamento, que decretou a eliminação do Atlântico e multa para o Guarany, as equipes entraram com recurso junto ao Pleno do TJD-RS. Na nova instância, ficou definido que a partida terá continuidade no Ginásio Módulo Esportivo, mas com portões fechados. O Guarany, por sua vez, foi multado em R$ 20 mil.
O torcedor que cometeu a injúria racial foi proibido de frequentar o Ginásio Módulo Esportivo por 720 dias.