A menos de uma semana para o início da 47ª Expointer, no sábado (24), agroindústrias do norte e noroeste do RS intensificam a produção e ajustam os últimos detalhes para o evento.
A tradicional feira acontece até 1º de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil em Esteio, a 25km de Porto Alegre e cerca de 270km de Passo Fundo. Neste ano, serão 413 empreendimentos no Pavilhão da Agricultura Familiar — o maior número da história da feira.
Desses, cerca de 30% são das regiões Norte e Noroeste. A expectativa é de boas vendas e atingir novos públicos. O Parque da Expointer deve receber mais de 800 mil visitantes ao longo dos nove dias de feira.
Na agroindústria da Família Pressi, no interior de Santo Antônio do Palma, as últimas semanas foram dedicadas à Expointer. A empresa produz barras de cereal com sabores incomuns como bergamota, uvaia, guabiroba e butiá.
Como os produtos fizeram sucesso na última edição da feira, o agricultor e proprietário William Pressi espera bater recorde nesse ano.
— O primeiro ano que fomos, 2019, foi legal, era uma novidade para a gente. No ano passado foi bacana também, vendemos mais de 2,5 mil barras e, neste ano, a expectativa é bem boa: esperamos vender mais de 3 mil barrinhas — disse.
Segundo Pressi, a Expointer é responsável por alavancar a renda do ano e, com as boas vendas, é possível seguir investindo na empresa.
Em outra agroindústria familiar, a cachaçaria Tibola, localizada entre Marau e Gentil, essa é a estreia na Expointer. Para chegar com o "pé direito", a empresa vai apresentar tudo o que produz aos visitantes, em especial as cachaças das linhas prata, premium, extra premium e gin.
— Temos expectativa de vender no mínimo R$ 40 mil em produtos de toda a cachaçaria — disse o sócio proprietário Flávio Marcelo Tibola.
O otimismo de Flávio e William é comum a outras agroindústrias expositoras e na organização. A expectativa é que o Pavilhão da Agricultura Familiar supere o volume comercial da última edição, que terminou com R$ 8,6 milhões em vendas.
Além do lucro com os produtos nos nove dias de feira, as agroindústrias também se beneficiam com expansão de mercado através de clientes que conhecem o produto no Pavilhão e levam estes itens para outros setores.
— A Expointer oportuniza que muitos daqueles produtos possam depois compor a rede supermercadista, que possam compor a rede hoteleira, a rede gastronômica, que aprecia muito e cada vez mais os produtos da agricultura familiar — disse Ronaldo Santini, secretário de Desenvolvimento Rural do RS.
Agroindústrias em crescimento
Conforme Santini, o número recorde de agroindústrias na Expointer é um reflexo do aumento destas empresas no Rio Grande do Sul.
Hoje há cerca de 1,8 mil empreendimentos no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf). Outras 3 mil aguardam para serem inscritas.
— Isso demonstra o interesse, especialmente aos jovens da propriedade. Nesse universo de 413 agroindústrias (que participam da Expointer no Pavilhão da Agricultura Familiar), mais de 170 são comandadas por jovens que estão à frente do seu primeiro negócio. Isso é a sucessão familiar, que tem sido um desafio mundial e, aqui no RS, começa a se mostrar viável — afirmou.