A chegada do frio geralmente tem reflexo positivo no comércio, principalmente na venda de roupas e outros artigos de inverno, mas este ano deve ser diferente. Mesmo com as baixas temperaturas, os lojistas de Passo Fundo devem sentir os consumidores comprando menos. A explicação está no cenário difícil enfrentando pelo Estado que traz reflexos também para a economia da Região Norte, uma das menos atingidas pelas cheias.
O empresário Franco Prodossimo Fontoura, proprietário da franquia Don Juan, especializada em moda masculina, com mais de 20 lojas espalhadas pelo Estado e em Santa Catarina, prevê uma queda de até 18% nas vendas nos próximos dois meses.
— Com tudo que aconteceu no Estado, a gente está projetando mais ou menos que nos próximos dois meses a gente tenha reflexo um pouco negativo. A chegada do frio talvez ajude um pouco nas nossas vendas — explica o lojista, que destaca ainda a importância do segmento estar unido e forte para enfrentar os desafios e seguir ajudando quem precisa.
Proprietário da malharia Ki Trapo, em Passo Fundo, o empresário Édio Feron espera que as baixas temperaturas melhorem as vendas. O inverno é a melhor época de negócios na fábrica que produz peças em malhas, tricôs e uniformes. A produção chega a 250 peças por dia que são vendidas para diferentes Estados, como Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
— Hoje não tem como parar os negócios. É preciso seguir até mesmo para manter os funcionários e ajudar as pessoas nesse momento de crise no estado — diz o empresário.
A região de Passo Fundo tem a segunda maior economia do Estado, ficando atrás apenas de Porto Alegre, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O comércio e o setor de serviços são os que mais contribuem para o índice. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Passo Fundo, confirma que o comércio deve sentir queda nas vendas. Não há um dado oficial sobre quanto deve ser a redução. Para o presidente da CDL, Evandro Pereira da Silveira, a cidade e a região vão ter um importante papel na retomada da economia do Estado.
— Muitas empresas e colaboradores seguem com ações solidárias, mas em paralelo é preciso seguir cuidando das empresas para que elas possam continuar gerando receita, empregos e tributos. Até porque a nossa região vai ter a característica de ser uma das que vai buscar a retomada da economia do Estado, por ter sido uma das menos impactada pelas enchentes — diz o empresário.
Inverno de 2024
De acordo com o Climatempo, o inverno que começa no dia 20 de junho e segue até 22 de setembro, deve ter temperaturas um pouco abaixo da média e grandes oscilações térmicas entre junho e julho. A estação também deve ser mais fria do que o inverno passado. Em relação a chuva, a previsão é de que diminua ao longo da estação e que fique abaixo da média entre julho e setembro.
Temperaturas médias para cada mês
- Junho: mínima 9.5° / máxima 18.6º
- Julho: mínima 8.6º / máxima 18.3º
- Agosto: mínima 9.9º / máxima 20.7°