Iniciativas que geram produtividade, rentabilidade e ainda protegem o meio ambiente são parte de uma extensa lista de opções quando se fala em insumos ao produtor rural. Na Expodireto, que encerra nesta sexta-feira (8) em Não-Me-Toque, o setor de pesquisas pôde mostrar ao público o que há de inovador em melhorias para o campo.
Dentre os projetos, está a produção de bioinsumos com a utilização de microalgas. O trabalho é desenvolvido há quatro anos pela startup Biofertal, incubada no UPF Parque, na Universidade de Passo Fundo. A proposta é utilizar as plantas, que são fotossintéticas, para capturar e fixar o gás carbônicos — um dos gases que impactam no efeito estufa.
— A questão da sustentabilidade está totalmente vinculada à pesquisa por esse fator. Além disso, a gente pode trabalhar no sentido de utilizar efluentes agroindustriais no cultivo dessas microalgas. Assim, a gente retira do efluentes os nutrientes que ela precisa e evitamos que eles se tornem prejudiciais ao meio ambiente — pontua a professora doutora Luciana Colla, que orienta o trabalho que tem como linha de pesquisa o desenvolvimento de processos aplicados ao tratamento de ar, água, efluentes e solos.
A pesquisa já foi testada em várias culturas, como soja, trigo, cevada e na parte da horticultura. A startup aplica as técnicas na prática e comprova a eficácia já demonstrada em literaturas.
Futuro da pecuária
Durante a Expodireto, a Embrapa Pecuária Sul apresentou uma parceria público-privada com as empresas Bioagro e Brazil Seed Tech, para desenvolver pesquisas de sementes forrageiras inoculadas e peletizadas, quando há uma cobertura ao redor da semente. Isso significa que até mesmo as sementes que se tornarão pasto para os animais, já virão com menos impacto ambiental.
A expectativa é disponibilizar no mercado sementes de espécies leguminosas que já receberam a inserção de bactérias fixadoras de nitrogênio, elemento que depois é aproveitado pelas plantas e também incorporado ao solo. Por enquanto, só são oferecidas opções de inoculantes que precisam ser aplicados, o que dificulta a fixação na semente. Assim, o agricultor acaba precisando adquirir mais quantidade do produto.
— A gente já identificou alguns inoculantes que são mais efetivos, só que a gente precisa viabilizar testes numa planta industrial, então a gente fez uma parceria com as empresas que são referência na produção de sementes de leguminosas. Precisamos fazer com que a bactéria sobreviva na semente em tempo comercial, para disponibilizar aos produtores —explica o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa, Daniel Montardo.