O Pavilhão Internacional da Expodireto, em Não-Me-Toque, tem sido espaço para rodadas de negociações e encontros entre produtores e empresas brasileiras com delegações de outros 70 países, que reúne companhias e representantes de governos estrangeiros.
A expectativa deste ano é superar os quase R$ 115 milhões em negócios alcançados na edição passada — uma projeção possível, tendo em vista que essa é a primeira vez que a Expodireto recebe estandes de expositores estrangeiros, em especial da China e outros países asiáticos, como o Vietnã.
Com ajuda de um tradutor, Tim Xu conta que é diretor de vendas de uma companhia de moagem de alimentos para animais da China. Ele viajou viajou ao Brasil para expor na Expodireto com o objetivo de entrar no mercado brasileiro. Por isso, a empresa, oferece tecnologias para moagem de rações e para a pecuária e suinocultura, está aberta a financiar projetos dos clientes.
— Estamos procurando clientes e tentando investir e até financiar nossos clientes para fornecer nossas tecnologias e serviços — afirma.
Outro país asiático presente na Expodireto é o Vietnã. O cônsul comercial, Ngo Xuan Ty, circula pela feira em busca de oportunidades para estreitar a relação com empresas brasileiras e também com o governo gaúcho. Na quarta-feira (6), ele se reuniu o secretário de desenvolvimento econômico do RS, Ernani Polo, para discutir possibilidades que permitam crescimento mútuo das economias.
— Há muitas oportunidades para que juntos façamos a economia dos dois lados crescer pelo benefício do povo e crescimento dos negócios brasileiros, rio-grandenses e vietnamitas — afirmou o cônsul.
Segundo Polo, a reunião com os representantes do Vietnã foram produtivas e o governo gaúcho planeja uma missão à Ásia para tirar negócios do papel. Outros países que devem entrar no roteiro são a Índia e China.
— Estamos estruturando uma missão com a presença de empresários e cooperativas para que possamos avançar em projetos, tanto em investimentos do nosso estado quanto para potencializarmos as relações comerciais, a partir de tratativas feitas aqui na Expodireto Cotrijal — disse o secretário.
De olho no maquinário brasileiro
Outra característica importante da Expodireto é a tecnologia de ponta disponível para o agronegócio. Por isso, o consultor de negócios de Gana, Yaw Nyinaku, tem circulado na feira em busca de negócios que alavanquem a agricultura, pecuária e outras criações do país africano. Segundo ele, o governo ganês alocou fundos para concretizar os investimentos em maquinários.
— Costumávamos comprar toda nosso maquinário da China, mas agora, com a maior parte do financiamento que estamos recebendo do governo, queremos direcionar para comprar o equipamento daqui — explica.
As máquinas expostas na Expodireto também são pauta no mundo árabe. Segundo o executivo da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Felipe Ferra, existe um trabalho para aumentar a cota de exportação de máquinas para os 22 países representados pela instituição em 2024.
— Estamos falando com todas as empresas expositoras para fazer um trabalho de abertura de mercado dentro do setor de maquinário agrícola. Conversamos, inclusive, com os organizadores para fazer uma missão comercial e aumentar a fatia de mercado dentro desses países que representamos.
Para que os negócios possam acontecer mais facilmente, a Expodireto fornece equipes que auxiliam no deslocamento pela feira e na comunicação entre quem quer vender e comprar. O coordenador da área internacional, Mateus Prato da Silva, tem acompanhado os grupos e relata como os estrangeiros ficam surpresos com o que veem na feira.
— A visão deles da feira é suprassumo. É uma feira de alto padrão, estão adorando a organização da feira, a qualidade dos maquinários e as tecnologias da agricultura que estão vendo aqui pela feira — pontua.