Tecnologias e técnicas de melhoramento de sementes que buscam amenizar a presença de pragas nas lavouras estão entre as novidades mais procuradas na Expodireto, uma das maiores feiras do agronegócio realizada em Não-Me-Toque, no norte gaúcho, até sexta-feira (8).
Neste ano, duas ferramentas recém-lançadas chamaram a atenção: uma armadilha para monitorar a presença de pestes nas plantas em tempo real e uma semente revestida com uma espécie de "capa" para proteger a fase inicial do plantio de trigo.
A armadilha eletrônica inteligente, desenvolvida pela Jacto Next, é capaz de detectar pragas no campo. Através de uma plataforma, a "armadilha" faz imagens, que são processadas por inteligência artificial (IA) e, assim, consegue identificar as pragas sobre a terra. Dessa forma, o produtor tem informações em tempo real da situação da planta.
— Com essa detecção, geramos níveis de infestação das pragas, que vai desde níveis leves, médios e com potencial de causar danos econômicos. A plataforma muda a cor através dos níveis e, assim, consegue gerar um mapa de calor, onde estão os pontos de mais ou menos infestação de pragas — explicou Marcos Gozzi, assistente de agricultura de precisão da companhia.
No momento, a ferramenta está configurada para reconhecer tipos de pragas especificas na soja, milho, trigo e algodão. Dessa forma, as informações possibilitam que o agricultor tome a melhor decisão antes que a situação da lavoura fique comprometida em nível avançado.
— O agricultor tem na palma da mão todo o histórico de infestação daquela lavoura e possibilita que ele dispare uma aplicação para que não chegue em dano dentro da lavoura — pontua Gozzi.
Melhoramento de sementes
Tido como a cultivar de inverno mais importante do RS, o trigo ainda causa receio aos produtores para realizar o plantio. Entre os motivos estão os altos custos de produção e riscos de prejuízo por causa das condições climáticas. Mas, nos últimos anos, esse cenário começou a mudar com a adoção de novas tecnologias que possibilitam a boa produtividade do grão.
É o caso do lançamento de uma tecnologia de melhoramento das sementes de trigo apresentadas pela Basf na Expodireto. Com uma espécie de “capa”, a semente ganha mais resistência e garante um melhor desenvolvimento do plantio.
O método impede a invasão de germes ou pragas na semente nos primeiros 25 a 30 dias de desenvolvimento, que têm a maior incidência de doenças. Assim, o agricultor não precisa fazer aplicações de cunho curativo já na fase inicial do plantio, explica o gerente de desenvolvimento de mercado da companhia, Diego Pires.
— Estamos na iminência da entrada de um ano de La Niña e sabemos que o produtor busca cultivares de trigo com alto teto produtivo. No entanto, essas cultivares em algumas situações são menos tolerantes e mais sensíveis a algumas doenças, como a ferrugem e manchas. A nossa ferramenta garante a semente uma maior resistência contra esses patógenos — pontua.