Um levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e da empresa de pesquisas Cooperando, mostrou que os consumidores de Passo Fundo estão comprando mais online, mas ainda dão preferência às lojas físicas. Pelo menos 65% dos entrevistados disseram que passam mais tempo comprando pessoalmente do que online.
Por outro lado, segundo os dados, hoje, 61% dos consumidores têm o hábito de fazer compras em sites e marketplaces. O número é uma mudança significativa em relação a 2019, quando a maioria dos passo-fundenses disse que não estava habituada ao comércio eletrônico.
A diferença no comportamento coincide com a pandemia. Por causa das restrições para conter o avanço da Covid-19, muitas pessoas ficaram em casa e passaram a consumir mais online. Além disso, empresas que antes só tinham loja física aumentaram a presença no digital como uma forma de manter o negócio.
Segundo Roberto Estivallet, diretor da CDL na cidade, as vendas nas plataformas digitais representam de 5% a 12% no comércio das lojas que atuam nas duas modalidades. O mesmo também vale para as grandes redes de varejo.
Exceções
No entanto, há casos em que os resultados fogem à regra. Marina Gelinske, proprietária de uma loja de calçados no centro de Passo Fundo, conta que as vendas no online se equiparam e, muitas vezes, até superam as realizadas na loja presencial.
— Entramos no ambiente virtual por causa da pandemia. Foi uma experiência que funcionou super bem e decidimos manter. Desde então, atuamos em duas plataformas digitais, com catálogos, anúncios e informações sobre os produtos, o que nos aproxima do nosso público, que é bastante ativo no virtual. Isso comprova os resultados que vêm do online — afirma.
Os resultados positivos no online também se aplicam a uma loja de brinquedos, que abriu o comércio eletrônico há cinco anos. Segundo Caroline Martins, supervisora do estabelecimento, a modalidade oferece a possibilidade de aumentar as vendas e o número de clientes.
— A depender da época do ano, o online representa mais de 60% das vendas totais. No entanto, em muitas situações, a pessoa encaminha a venda no online e efetiva na loja. Isso ocorre porque os clientes ainda têm a necessidade de ver o produto de perto — disse.
Estivallet classificou a cooperação entre o online e presencial como a tendência do futuro.
— As duas precisam andar juntas. Engana-se quem pensa que o online é o futuro. O horizonte se desenha para uma mescla entre os dois e as lojas precisam se adaptar a isso. A experiência é algo de que o cliente não abre mão — pontuou.