Mesmo com a chegada do inverno, Passo Fundo segue com sensação térmica amena, sem mudança brusca na temperatura após a troca de estação. Essa falta de uso de agasalho afeta diretamente a economia, que teve redução de 35% das vendas em comparação com o ano passado, segundo dado da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Passo Fundo.
A redução afeta todos os setores, desde o varejo de roupas e eletrodomésticos, até a alimentação. A justificativa é de que o perfil do público passo-fundense só vai às compras quando sente a necessidade dos itens de inverno, como analisa o diretor na CDL e vice-presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), Roberto Estivallet:
— A melhor propaganda para vendas de inverno é o frio. E como ele não aconteceu ainda, as vendas também não começaram. Como essas peças tem custo mais caro, isso afeta diretamente o capital de giro das empresas. O consumidor precisa de motivação para comprar, e vamos preparar melhores condições, talvez oferecendo o crediário como opção para aqueles que estão comprometidos com o cartão de crédito.
Ainda segundo Roberto, a sequência de dias de chuva, registrados no último mês, também afetou diretamente os restaurantes, uma vez que as pessoas buscaram menos as refeições fora de casa. As vendas de eletrodomésticos, como fogões, climatizadores e aquecedores, também não aconteceram conforme o esperado.
Cenário do comércio local
Nas lojas centrais de Passo Fundo, é possível perceber que os itens de inverno já estão posicionados próximos às vitrines, com cartazes de redução de preço, como forma de atrair os consumidores. Em uma delas, do ramo de vestuário, as vendas da coleção de inverno, que deveriam representar 70%, é de apenas 30% do interesse dos clientes.
— Como não está fazendo frio, a nossa projeção é de um crescimento de apenas 15% nas vendas. Então já temos liquidação da estação e condições de pagamento especiais para compras acima de um determinado valor, a gente faz um parcelamento sem juros, o que facilita a aquisição — comenta o gerente de uma loja de roupas, Jean Carlos Celso.
De olho nas promoções estava a aposentada Marlei Vieira Rodrigues. Com poucos dias de temperaturas baixas, ela conta que ela e o filho ainda utilizam as roupas do inverno passado, para evitar novos gastos:
— Acho que o povo não tem como comprar mesmo, as roupas de inverno são mais caras. Esse ano ainda não comprei nada, estou dando uma olhada.
O mesmo se reflete nos aquecedores, fogões a lenha e climatizadores. Uma rede de varejo de móveis e eletrodomésticos localizada na Avenida Brasil também reduziu os preços para facilitar a saída do estoque de inverno, como aponta o supervisor regional Joel Kremer:
— Esse ano tá um pouco mais difícil, até porque a gente se preparou para ser um inverno mais rigoroso como no ano passado. Então já estamos com todos os produtos em promoção, com até 40% de desconto.
GZH Passo Fundo
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