Uma marca criada em Passo Fundo, no norte gaúcho, tem ganhado destaque no cenário nacional ao vestir artistas reconhecidos em todo o país como Anitta, Pablo Vittar e Pocah. Com roupas e acessórios feitos com tecidos reutilizados, a Collab Handmade tem como característica marcante o uso de aplicações e peças únicas.
Com três anos de história, a marca já vestiu Anitta, que usou uma minissaia durante turnê nos Estados Unidos. Antes, a cantora já havia desfilado com outro item da Collab durante evento em Miami (EUA), em abril, após sua festa de aniversário.
Em maio, Pablo Vittar também optou por um look da marca durante participação no show da cantora colombiana Karol G em São Paulo (SP), enquanto a funkeira e ex-BBB Pocah usou um conjunto durante apresentação do programa TVZ, do Multishow.
O uso das roupas pelas artistas é a concretização de um trabalho que leva tempo: equipes de famosos entram em contato dias antes de fazer o pedido, enviando as medidas do corpo e as referências que querem para a peça. A partir daí, a marca garimpa os tecidos e aplicações que farão sentido com a proposta que o cliente quer transmitir. O produto é enviado e não há uma “garantia” de que será usado naquela ocasião. No caso da Anitta, os criadores da Collab, Cristine Rosset e Eduardo Albuquerque, levaram um susto ao ver a primeira publicação dela vestindo as peças.
— Fizemos uma saia e um conjunto, mas só a saia chegou a tempo do primeiro evento. O fato dela usar foi surpresa para nós também, porque há vários “poréns”, se a pessoa realmente vai gostar... Fora que ela tem acesso a marcas incríveis do mundo todo, e o nosso é feito de forma artesanal. Mas foi muito especial. A oportunidade que tivemos é o sonho de qualquer marca, ela é a maior do cenário atual — resume Cristine.
Uma das peças que ainda aguarda para ser estreada é a criada para vestir a cantora mexicana Dulce Maria, que integra a banda RBD, conhecida pela novela Rebelde. Durante a turnê no Brasil, em novembro de 2023, a equipe mexicana adquiriu peças da Collab, que ainda não foram usadas.
— Mandamos opções de peças por encomenda para a Dulce Maria. A equipe nos passou que elas foram para o acervo da cantora, no México. Essas a gente ainda aguarda, mas a qualquer momento ela aparece usando Collab — brinca Cristine.
Três anos no mercado
Antes de se tornar uma marca, a Collab era um passatempo de Cristine, que sempre gostou do trabalho de estilização manual, mas transformava as peças apenas para uso próprio. Formada em Arquitetura e Urbanismo, ela passou a publicar fotos das roupas nas redes sociais até que decidiu largar o emprego e criar oficialmente a Collab em 2021.
Com três anos de história, a marca tem reconhecimento nacional das celebridades e se tornou a queridinha para grandes festivais e eventos especiais. No currículo estão influenciadores com milhões de seguidores como Tata Estaniecki, Nah Cardoso, Blogueirinha, Foquinha, Mari Krüger, e cantores como Valesca Popozuda e Dennis DJ.
Até a Anitta usar, falamos 'não' para ela duas vezes. Também já precisamos negar a Luísa Sonza e a Ludmilla
CRISTINE ROSSET
fundadora da marca Collab Handmade
— Sempre sonhamos com onde gostaríamos de chegar, mas crescemos de uma forma natural. Fomos evoluindo e os produtores começaram entrar em contato. Até a coisa acontecer real, tivemos que dizer não pra muitos artistas pois o prazo é curto e tem questão logística para entregar. Até a Anita usar, falamos não duas vezes. O mesmo para a Luísa Sonza e Ludmilla, que ainda não conseguimos fechar as agendas — conta Cristine.
Além das encomendas das artistas, a Collab também comercializa peças prontas em plataforma online. Entre o público, a maioria dos envios é feito para cidades das regiões sudeste, norte e nordeste do Brasil.
— Hoje, 95% das nossas vendas são para fora de Passo Fundo. Alcançamos todos os estados do Brasil, já mandamos até para o Piauí, Roraima, Acre e Minas Gerais — revela Cristine
Apesar da abrangência ser pequena na cidade em que foi criada, a dupla de estilistas não tem pretensão de sair de Passo Fundo — pelo menos por enquanto. Eduardo Albuquerque, responsável pela parte logística da empresa, revela os planos para o futuro:
— Tudo rola em São Paulo e Rio de Janeiro, esses são os polos da moda no Brasil, as oportunidades estão lá. Mas a gente gosta de ficar aqui, apesar das dificuldades de logística e de materiais. Acho que ainda queremos colher os frutos dessa visibilidade internacional para dar o próximo passo — pontuou.