Investir em eletropostos e trocar a frota de utilitários por carros elétricos não reduziu só a emissão de poluentes, mas também as contas de uma cooperativa do norte gaúcho. 

A Creluz, distribuidora de energia com sede em Pinhal, aportou R$ 1,6 milhão em 12 eletropostos. O valor inclui a compra de 12 carros elétricos em substituição a 15% da frota da cooperativa. 

Apesar do investimento, a entidade registrou economia de 72% no custo total de quilômetros rodados pelos veículos da entidade no primeiro ano do projeto. 

A redução está no fato de que, agora, a frota eletrificada faz, em média, 54 quilômetros por litro de combustível — na conversão de megajoules (MJ) para km/l. Os carros são abastecidos nos eletropostos da própria cooperativa, onde o valor do kWh (quilowatt-hora) sai por R$ 2,10. 

Dessa forma, uma viagem de 50 quilômetros custa cerca de R$ 2, bem menos que o gasto médio de um carro movido a gasolina, que chega a R$ 30 para o mesmo trajeto (se fizer 10km/l com a gasolina a R$ 6,07). 

— O custo total por quilômetro rodado cai absurdamente — disse Fernando Fiorentin, gerente administrativo e financeiro da Creluz. 

Localizados em sete municípios do extremo norte do Rio Grande do Sul (veja acima), os 12 eletropostos da cooperativa são abastecidos por energia solar, abertos ao público e funcionam 24h no modelo de autoatendimento com cobrança por cartão de crédito. 

O ultrarrápido de Ametista do Sul, por exemplo, oferece carga de 160kW e é um dos maiores da América Latina. Nesse caso, um carro utilitário tem carga completa em 17 minutos, enquanto carregadores convencionais de 22kW podem levar 2h. 

A ideia de abrir para o público além da cooperativa tem como base os planos de transição energética vistos como tendência econômica não só no RS e Brasil, mas em todo o mundo. 

— Do ponto de vista da cooperativa conseguimos rodar em todos os municípios onde atuamos sem correr o risco de ficar sem carga. E, pensando na transição energética, aproveitamos para fazer eletropostos abertos à comunidade e oportunizar o abastecimento a mais pessoas — disse Fiorentin.  

A cooperativa planeja abrir mais eletropostos no futuro, mas ainda analisa onde ficarão os novos pontos. Outro plano é substituir toda a frota, incluindo caminhões, por veículos elétricos — o que deve acontecer à medida que houver necessidade.

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