Por Delegado Zucco, deputado estadual (republicanos)
A educação no Rio Grande do Sul, reconhecida historicamente como uma das melhores do Brasil, enfrenta sérios riscos. A nova portaria da Secretaria Estadual de Educação (n° 924/2024), já em vigor, permitirá que alunos avancem de ano mesmo reprovando em até quatro disciplinas. Essa medida compromete o aprendizado, a formação de caráter e a responsabilidade das futuras gerações.
A decisão parece mais um movimento político para maquiar resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em vez de solucionar a estagnação. Em 2023, o RS ficou em 9º lugar, com nota 6, a mesma desde 2019. Mas, em vez de buscar melhorias reais, a estratégia adotada apenas disfarça a crise educacional.
Permitir que alunos avancem sem dominar conteúdos fundamentais transmite uma mensagem preocupante: esforço e dedicação não são mais indispensáveis. Essa abordagem fragiliza a formação e prejudica os jovens no futuro, quando o mercado de trabalho e a sociedade exigirem competências que eles não terão desenvolvido.
Valorizar a educação exige suporte para alunos em dificuldades
Além disso, a flexibilização cria uma falsa sensação de progresso nos indicadores educacionais, mas não reflete o aprendizado real. Trata-se de um ciclo perigoso, onde resultados artificiais mascaram uma crise que precisa ser enfrentada com seriedade.
Valorizar a educação exige suporte para alunos em dificuldades, mas sem abrir mão de critérios claros e exigências mínimas. Aprovar sem garantir aprendizado é negligenciar o futuro de nossas crianças.
O Rio Grande do Sul precisa retomar seu protagonismo educacional com políticas públicas que qualifiquem o ensino, valorizem os professores e proporcionem condições reais de aprendizado. Atalhos que mascaram o problema apenas perpetuam a mediocridade. O momento exige ação e compromisso com o futuro do estado e do país.