A celebração de mais um Dia Mundial da Educação, ontem, motiva os brasileiros a uma reflexão profunda sobre esta área da atividade humana tão essencial para o desenvolvimento do país e para o futuro das próximas gerações. O Brasil ainda ocupa posições subalternas nos rankings internacionais de aproveitamento escolar, mas as insuficiências do poder público – que vão das tradicionais promessas de prioridade administrativa a políticas públicas equivocadas, passando também por compreensíveis dificuldades econômicas – têm sido atenuadas por ações espontâneas de organizações sociais privadas que se dedicam à nobre causa.
Entre as inúmeras entidades dedicadas a ampliar as ações do Estado em atividades dirigidas ao ensino, à inovação e ao desenvolvimento tecnológico, destacam-se o Movimento Todos pela Educação, em âmbito nacional, e o Instituto Caldeira, no cenário regional. Essas duas instituições, em suas respectivas áreas de atuação, vêm contribuindo significativamente para transformar a realidade educacional do país.
O Brasil ainda ocupa posições subalternas nos rankings internacionais de aproveitamento escolar, mas as insuficiências do poder público têm sido atenuadas por ações espontâneas de organizações sociais privadas
Criado em 2006, em São Paulo, o Movimento Todos pela Educação é uma organização da sociedade civil centrada na melhoria de qualidade da educação básica na rede pública de ensino. Sem vínculos com governos e partidos políticos, empenha-se em colocar a educação na pauta da sociedade brasileira e em monitorar o poder público, mas também em elaborar propostas e articular com autoridades e instituições para que sejam levadas à prática. Para ficarmos com um exemplo recente, o movimento divulgou na última quinta-feira um estudo que mostra a preocupante redução de professores concursados nas redes estaduais de ensino nos últimos 10 anos e o correspondente aumento de professores temporários. A consequência, segundo alertam os especialistas da instituição, é uma rotatividade maior, com descontinuidade de planejamento e prejuízos para a qualidade do ensino.
Sob o enfoque regional, cabe destacar o lançamento da terceira edição do programa Geração Caldeira, pelo instituto de mesmo nome, criado em 2019 por empresários e executivos gaúchos para promover a inovação e capacitar jovens para o mercado de trabalho na nova economia. Trata-se não apenas de uma complementação da educação formal, mas também da abertura de oportunidades reais de trabalho e futuro para estudantes que habitualmente encontram barreiras por causa das carências do ensino público.
São iniciativas como essas, empreendidas igualmente por muitas outras organizações não governamentais e privadas pelo país, que justificam a existência de um Dia Mundial da Educação, data instituída no ano de 2000 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Evidentemente, a celebração comporta prioritariamente o reconhecimento ao trabalho de professores, diretores e servidores de escolas públicas e particulares que se dedicam diariamente à árdua tarefa de ensinar.