Por Fábio Bernardi, sócio-diretor da HOC
Na semana passada aconteceu em Austin, no Texas, o South by Southwest, mais conhecido como SXSW, o maior festival de inovação do mundo. Amanhã se inicia aqui em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o South Summit, o maior evento de inovação da América Latina. Em comum nos dois lugares, a onipresença da inteligência artificial em todos os debates, palestras, pitchs e rodadas de investidores. O assunto domina as rodas, embora em todas elas haja ainda muito mais perguntas do que respostas.
Em comum nos dois lugares, a onipresença da inteligência artificial em todos os debates, palestras, pitchs e rodadas de investidores
Inteligência artificial é uma expressão gorda, daquelas que tomam muito espaço e nas quais dentro cabem diversos ângulos e questões. Como ficará o mercado de trabalho? Como dominá-la e não sermos dominados por ela? E a educação, caminhará para onde? Vai aumentar a produtividade ou será como tantas tecnologias que apareceram com discurso de facilitar a nossa vida, mas que, na prática, só resultaram em mais trabalho? (Ou você tem mais tempo livre agora que o WhatsApp existe?)
A inteligência artificial vai substituir os médicos (que farão diagnósticos mais imprecisos diante da IA), as enfermeiras (que têm menos skills, mas são o lugar do afeto e do abraço) ou nenhum dos dois? Será que a IA será nossa aliada para podermos ser mais humanos, ou será nossa inimiga, nos deixando reféns de uma corrida insana numa velocidade tecnológica que ninguém vai conseguir acompanhar? Esse mundo que vem por aí vai nos deixar mais ansiosos ou mais impressionados? É um novo mundo incrível ou ameaçador?
Obviamente não tenho as respostas. Será que alguém tem? Vamos descobrir nesta semana durante todos os inúmeros debates do South Summit. Enquanto isso, os que têm bom senso, curiosidade ou receio, estão, como eu, lendo, estudando, tateando, errando, descobrindo, aprendendo.
Silvio Meira, cientista-chefe da tds.company e um dos fundadores do Porto Digital, disse neste final de semana que “estamos na era da pedra lascada da IA, mas o futuro chega em 800 dias”. Sim, dias, e não meses ou anos. Mas ele disse mais: “Se você é uma empresa pequena e não está usando a inteligência artificial que está na nuvem e que é aberta, que não vai lhe dar trabalho de treinamento, de configuração, de segurança, você é um idiota”.
Idiotas ou não, nos vemos todos ali no Cais do Porto de amanhã até sexta-feira.