Pesquisa divulgada nesta semana pelo Centro de Liderança Pública, organização suprapartidária que forma líderes para a administração pública no país, traz uma boa notícia para os gaúchos: o Estado avançou uma posição no ranking nacional de competitividade. Depois de quedas sucessivas registradas por levantamentos anteriores, o Rio Grande do Sul passa agora a ocupar a quinta posição entre todas as unidades federativas – atrás apenas de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Distrito Federal.
O que isso significa para a sociedade rio-grandense? Como bem define o próprio CLP, que mensura esses indicadores desde 2018 e premia as boas práticas administrativas, competitividade é a capacidade de um Estado cumprir, com mais sucesso, a sua missão de promover o bem-estar social. Não se trata, portanto, de uma disputa de protagonismo político entre governantes, mas sim do aperfeiçoamento efetivo dos serviços voltados para a população. Um ranking independente ajuda os próprios administradores na tomada de decisões com vistas à melhoria da gestão em seus respectivos Estados.
A nova colocação do RS – a melhor desde o início do levantamento – está diretamente relacionada à maior eficiência da máquina pública, resultado da administração continuada e da implementação de reformas estruturais bem negociadas
Nesse contexto, cabe ressaltar que a nova colocação do Rio Grande do Sul – a melhor desde o início do levantamento – está diretamente relacionada à maior eficiência da máquina pública, resultado da administração continuada e da implementação de reformas estruturais bem negociadas entre o Executivo e o Legislativo, com a compreensão dos contribuintes. Entre os 10 pilares temáticos avaliados, o RS passou a ocupar o primeiro lugar nesse quesito, subindo duas posições em relação à pesquisa anterior.
O grande salto, porém, ocorreu no pilar capital humano, com o avanço de 17 posições. A passagem da 25ª posição para a sétima mostra que o Estado está administrando melhor seu pessoal, investindo na seleção, na formação e no gerenciamento de profissionais. Na era da tecnologia e do conhecimento, capacitação, inovação e criatividade organizacional são fatores essenciais para a eficiência de qualquer organização, seja ela pública ou privada.
No exame dos 10 pilares considerados pelo CLP para a melhoria da gestão pública – Infraestrutura, Sustentabilidade Social, Segurança Pública, Educação, Solidez Fiscal, Eficiência da Máquina Pública, Capital Humano, Sustentabilidade Ambiental, Potencial de Mercado e Inovação –, percebe-se que o RS também registra evolução nas áreas de infraestrutura e educação. Mas também um preocupante retrocesso em solidez fiscal, com a queda de duas posições e fixação na última colocação entre os 27 Estados do país. Na prática, significa gastos maiores do que as receitas, aumento do endividamento e diminuição da capacidade de investir. Ainda que a péssima colocação reflita também o desempenho de administrações passadas, o sinal de alerta continua aceso e a vigilância deve ser redobrada. De acordo com a interpretação do gerente de competitividade do próprio CLP, porém, se o RS continuar promovendo reformas e reduzindo o tamanho da máquina pública, em breve sairá desta situação.
O ranking da competitividade tem exatamente este objetivo: ressaltar aspectos positivos e negativos da administração pública para que os governantes e suas equipes possam corrigir rumos e implementar boas práticas em benefício da população.