Por Daniel Randon, presidente da Randoncorp e do Conselho do Transforma RS
Após anos de uma rotina diária de idas e vindas presenciais ao local de trabalho, vários profissionais de áreas que com um computador e acesso à internet poderiam trabalhar a distância experimentaram e aprovaram o trabalho remoto, por conta da pandemia. O modelo de contrato agora volta à discussão dividindo opiniões.
Propósitos e objetivos claros são fundamentais para direcionar as ações e decisões diárias
Enquanto muitas empresas querem ter de volta seus funcionários, estes relutam em retornar. E se apegam à flexibilidade e à liberdade do home office, uma novidade que, em muitos casos, provou sua eficiência a empregadores e empregados, mas que tem efeitos diversos sobre as pessoas e os processos.
Diferentes estudos começam a convergir para novas mudanças, apontando para a necessidade do trabalho híbrido como uma alternativa para o momento, por apresentar mais benefícios do que desvantagens.
Levantamento do Instituto Gallup, dos EUA, feito com 140 mil trabalhadores, revela que mais da metade (53%) gostaria de continuar trabalhando em casa, pelo menos em alguns dias da semana. Outra pesquisa da Harvard Business School mostra que a fórmula do equilíbrio passa pela volta ao trabalho presencial, sugerindo de nove a 14 dias a cada 35 trabalhados. Grandes corporações na área de tecnologia, que operaram totalmente a distância na pandemia, já requisitam um mínimo de três e até quatro dias semanais no escritório.
Outra pesquisa da FGV aborda a questão da comunicação – no caso, a ausência dela –, apontando que a maioria dos entrevistados (61%) acha difícil alinhar os interesses da equipe com gestão remota.
Propósitos e objetivos claros são fundamentais para direcionar as ações e decisões diárias, além de lideranças que inspirem e motivem as pessoas, mesmo a distância. Especialistas entendem que o arranjo híbrido promove o networking, evita o isolamento social e permite um melhor gerenciamento da carga horária. Somos seres sociais e precisamos um mínimo de contato presencial para consolidar a transformação cultural da organização, melhorando a integração, a comunicação e a confiança.
Home office, híbrido ou somente presencial, a realidade é que qualquer que seja o formato de trabalho, é preciso evitar riscos à saúde, que comemora seu dia nacional em 5 de agosto. Eis um desafio para as organizações que precisam acompanhar e disseminar o uso consciente e equilibrado das novas tecnologias no ambiente profissional e pessoal, já que com elas surgem novas formas de interação e exposição e, por consequência, novas enfermidades.