Enquanto a economia brasileira ainda se mostra cambaleante, o setor do turismo, um dos mais castigados pela pandemia, apresenta uma recuperação vigorosa nos últimos meses. E o Rio Grande do Sul é um dos Estados em que a atividade tem melhor desempenho. A mais recente pesquisa do segmento de serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurou uma retração de 1,2% na passagem de setembro para outubro. Foi a segunda taxa negativa consecutiva. Mas o turismo, isoladamente, avançou 1%. São seis meses seguidos de alta, apesar de, na média nacional, ainda se encontrar em patamar inferior ao período que antecedeu o estouro da crise sanitária e a queda brusca nas viagens, especialmente de lazer, mas também de negócios.
Conforme o IBGE, o Rio Grande do Sul, entre os pesquisados, é o que tem a quarta melhor performance no ano
É inegável que, à medida que a vacinação progrediu e os números da covid-19 começaram a cair, o turismo começou a se reerguer de forma mais acentuada. Conforme o IBGE, o Rio Grande do Sul, entre os pesquisados, é o que tem a quarta melhor performance no ano. Com o crescimento de 0,7% em outubro, soma avanço substantivo de 36% ao longo de 2021. E estes números, é preciso ressaltar, sequer captam o movimento de final de ano, onde o afluxo nas principais zonas turísticas do Estado tem surpreendido positivamente.
O Litoral Norte é uma delas. Reportagem publicada ontem em Zero Hora aponta que em Capão da Canoa, por exemplo, não há mais vagas de hospedagem para o Ano-Novo. Em todas as praias nota-se, felizmente, o aumento no número de banhistas, e as entidades do setor relatam altíssimas ocupações e a possibilidade de até superar o período pré-pandemia em relação a nível de atividade e resultado financeiro. É, sem dúvida, uma excelente notícia, não só para as áreas que mais atraem visitantes nesta época, como para todo o Estado. Nos municípios do Litoral, as perspectivas também são positivas para os próximos meses, inclusive com a previsão de chegada de turistas argentinos, mesmo que em menores quantidades em comparação ao passado recente.
Não é segredo, porém, que uma parte desta grande procura pelas praias gaúchas se deve a fatores como o dólar alto, que inibe viagens ao Exterior. O combustível caro, da mesma forma, desestimula deslocamentos mais longos. Mas não deixa de ser proveitoso o fato de que dinheiro que seria gasto em outros lugares do mundo ou mesmo do país acabe circulando internamente, ajudando a economia local e a geração de postos de trabalho, não só nos negócios da área de serviços, mas também no comércio.
De outros pontos do Estado também surgem informações sobre movimento altamente satisfatório. É o caso da Serra, que costuma receber um maior número de turistas de outros cantos do Brasil e teve um 2021 também promissor, com grande procura neste mês. Não apenas Gramado e Canela, mas regiões onde o enoturismo vem se desenvolvendo mais a cada ano. O portfólio de opções do Rio Grande do Sul é significativo. Praia, serras, hotéis-fazenda, turismo ecológico e de aventura e pontos de interesse histórico, nos quatro cantos do Estado, estão cada vez mais preparados para receber bem visitantes, em qualquer estação do ano, sejam eles gaúchos ou de outras unidades da federação.
Se foi possível obter melhores indicadores na área, com impacto na vida real, é preciso acreditar que se possa também melhorar o desempenho na educação e na saúde
