Por Daniel Randon, CEO das Empresas Randon e Presidente do Conselho do Transforma RS
Estudos mundiais mostram a relação direta entre educação e desenvolvimento. Os rankings especializados demonstram que o investimento feito em educação sobre o PIB é inversamente proporcional aos índices de evasões escolares nos primeiros anos de ensino e diretamente proporcional ao progresso econômico.
Segundo o Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, a Noruega, o país mais desenvolvido do Planeta, destina anualmente à educação mais de 7% de toda a riqueza produzida e registra evasão inferior a 1%, motivo para comemorar o Dia Mundial da Educação, ocorrido em 28 de abril. O Brasil escancara sua fragilidade e amarga o último lugar no fator Educação no Anuário de Competitividade Mundial 2020 (WCY). Não há como ser otimista diante da ausência de luzes num horizonte próximo.
O fechamento de escolas durante a pandemia virou embate político afastando ainda mais uma solução e aumentando o risco de um enorme e irreversível “apagão educacional”. Educadores, gestores, pais e a própria classe política sabem que a baixa qualidade do ensino é barreira para o desenvolvimento econômico e social e repercute na produtividade e na colocação no mercado de trabalho.
Enquanto o Primeiro Mundo investe em educação, o Brasil discute o tema politicamente e aprofunda o apagão
Com o confinamento, experimentamos o poder da transformação digital. Sabemos que as opções disponíveis reduzem distâncias e aprimoram o conhecimento. Com parcerias e investimentos em estrutura tecnológica podemos dar acesso gratuito a todos.
Vamos revisitar o atual modelo escolar e utilizar a crise para a articulação de uma nova e mais moderna educação, vinculada a uma estratégia de desenvolvimento e com o comprometimento de toda a sociedade. Precisamos das salas de aula com o objetivo da prática e um aprendizado mais personalizado com ferramentas adaptáveis às diferentes capacidades. Alunos acima da média seriam desafiados com exercícios mais complexos e aqueles com maior dificuldade teriam a oportunidade de praticar mais para avançarem. E os professores ofereceriam atendimento individual a partir do perfil de cada estudante.
Com iguais chances de desenvolverem suas habilidades no mundo real de novas tecnologias e demandas, estes alunos fariam a diferença em seus futuros trabalhos em atividades que exigem interação social como nos projetos inovadores e colaborativos. Além da prioridade à saúde, a educação tem que estar no radar e ser alvo de uma revolução mais qualitativa direcionada ao empreendedorismo e à transformação. Só assim teremos um Brasil mais igual e próspero.