Por Claudio Carrara, vice-presidente da Meta
Há quem veja a arte e a tecnologia como opostos. Como se um mundo pertencesse à contemplação e o outro à aceleração. Mas, para mim, não há separação. O que une esses dois universos é justamente o que os torna mais potentes: a capacidade de transformar realidades com significado.
Quando usada com propósito, a tecnologia também é arte - uma forma de expressão que amplia possibilidades e dá forma a ideias antes inimagináveis
A arte sempre teve esse poder: romper limites, desafiar o presente e antecipar o futuro. Curiosamente, a tecnologia compartilha desse mesmo princípio. Quando usada com propósito, a tecnologia também é arte — uma forma de expressão que amplia possibilidades e dá forma a ideias antes inimagináveis.
Desde jovem, foi a música que me ensinou sobre presença. Estudar piano, tocar em grupo, escutar para ser escutado — tudo isso moldou em mim uma escuta atenta, generosa. E, mais tarde, ao mergulhar no universo da tecnologia, percebi que as perguntas continuavam as mesmas: o que nos move? O que nos transforma? O que deixa um legado?
Na Meta, aprendemos que inovação não está apenas no que é novo, mas no que tem valor e permanece. Por isso, dizemos com clareza: a tecnologia é o meio. O crescimento humano é o fim.
E o que nos trouxe até aqui não foi apenas tecnologia. Foi a nossa capacidade de enxergar além do óbvio, de unir criatividade e inovação, de conectar pessoas, cultura e evolução digital.
Projetos como a Orquestra Jovem Recanto Maestro ou o Palco Bell'Anima não são iniciativas isoladas — são símbolos de uma visão. Neles, reforçamos aquilo que acreditamos profundamente: que não se constrói o futuro sem escuta. Sem sensibilidade. Sem presença.
Somos parte dessa construção coletiva que une arte e tecnologia como forças complementares. Ambas exigem coragem para transformar. Ambas exigem visão para criar. Ambas exigem humanidade para permanecer.
Tecnologia sem propósito é só instrumento. Cultura sem conexão é só repetição.
Mas quando esses dois mundos se encontram, abrimos espaço para algo que vai além do funcional. Criamos sentido. Construímos valor. E transcendemos o imediato — porque tocamos o que não pode ser automatizado: a experiência de ser humano.
É nesse encontro entre escuta, estética e intencionalidade que encontramos o que realmente nos move. E é isso que, para nós, significa inovar com propósito: transcender o tempo, entregando valor que permanece.