Por Ricardo Felizzola, CEO do Grupo Parit S/A
Vivemos no momento uma pandemia, é fato que um vírus que surgiu na China passou a se transmitir de lá para toda a população do mundo que em abril de 2019 era de 7,7 bilhões de pessoas. Destes 7,9% ou 600 milhões tem mais de 65 anos. No dia de hoje foram atingidos 367 mil, 80 mil na China, com 16000 mortos em todo mundo sendo uma maioria absoluta no universo dos de mais de 65 anos.
Na China o surto foi reconhecido em 31 de dezembro e parece estar completamente controlado agora, ou seja, 80 dias depois. As pessoas lá ainda evitam um contato social não necessário, mas tudo voltou a funcionar. Há escassez de muitas coisas, mas comprova-se o histórico de todas as pandemias: trata-se de algo que passa!
Podemos comparar esta situação a de um terremoto na beira do oceano, e ali esconder-se em baixo de uma mesa ou descer para um abrigo em nossa casa pode ser a solução. No entanto, após um terremoto, geralmente vem um tsunami e aí nosso esconderijo não funciona mais. Compare-se o terremoto ao atendimento clínico à pandemia e o tsunami ao efeito na economia do isolamento de todos em casa. No caso da parte clínica trata-se de poder atender a toda faixa mais sensível, a dos de 65 anos ou mais, sem atropelos, salvando dezenas, já na parte econômica, significa atender a toda população e principalmente as crianças, filhos dos brasileiros que produzem, tentando remediar milhares.
É correta, na sua área, a visão dos profissionais da saúde, eles são verdadeiros heróis nestas horas, mas ela não pode ser o que vai referenciar toda a sociedade. O mundo hoje é absolutamente complexo, ter orgulho, por exemplo, de que o ar está mais puro por que as pessoas estão presas em casa é algo difícil de comentar sem criticar. Para achar soluções compatíveis com o problema complexo se exige muito conhecimento e isto não é o que sobra em muitos que estão no poder baixando decretos. Se temos já como resolver o tema do terremoto precisamos urgentemente pensar no tsunami, em como sair de casa o mais rápido possível para gerar a riqueza necessária para alimentar a todos, continuar empregando e recuperar o processo de desenvolvimento da economia. Não adianta apenas mandar a turma toda ficar recolhida, tem que informar quando se sai de casa e quem sai de casa. Enquanto isto é tentar fazer do limão uma limonada: quem puder aumente a velocidade de sua internet, vá em busca de leitura, vídeos educativos e boa informação. Aproveitem para afiar a faca do conhecimento que é a melhor arma de sobrevivência que existe.